O LEED Existing Building (LEED EBOM), desenvolvido pelo U.S. Green Building Council (USGBC), é um sistema de certificação projetado para elevar os padrões de sustentabilidade em edificações já construídas. Este sistema tem como foco a operação e manutenção de edifícios, promovendo melhorias que impactam diretamente na eficiência operacional e na redução de impactos ambientais.
Na versão mais recente, o LEED v5, novos caminhos serão trilhados para tornar a descarbonização mais acessível e eficiente, ampliando o impacto desse sistema de certificação no mercado imobiliário global.
O que é LEED Existing Building?
Lançado em 2004, o LEED Existing Building foi criado para promover práticas de gestão sustentável em edifícios existentes. Ao contrário das certificações para novas construções, como o LEED BD+C (Building Design and Construction), o LEED EBOM concentra-se em aprimorar o desempenho operacional de edifícios já prontos, incentivando medidas que reduzem o consumo de energia, água e recursos, ao mesmo tempo em que melhoram a qualidade ambiental interna.
No entanto, o LEED v4, lançado posteriormente, elevou o padrão de entrada ao exigir uma pontuação mínima de 75 no Energy Star, o que significa que apenas os 25% melhores edifícios em termos de eficiência podiam ser certificados. Embora essa exigência tenha incentivado a excelência, ela também deixou de fora muitos edifícios que poderiam se beneficiar do processo de certificação.
Com o LEED v5, o USGBC busca corrigir essa exclusão, permitindo que mais proprietários e gestores iniciem sua jornada rumo à sustentabilidade. Essa nova abordagem não apenas amplia o impacto do sistema, mas também ajuda a acelerar a transição para um futuro mais eficiente e de baixo carbono.
Por Que LEED Existing Building É Importante?
O setor de edificações é um dos maiores contribuintes para as emissões globais de carbono, sendo responsável por cerca de 40% do consumo de energia mundial. Isso inclui tanto as novas construções quanto os edifícios existentes. Embora muito foco seja dado à construção de edifícios sustentáveis, as estruturas já existentes representam a maior parte do parque edificado e, portanto, oferecem um enorme potencial para redução de emissões.
O LEED Existing Building é importante porque:
Aproveita Infraestruturas Existentes: Em vez de demolir e reconstruir, o LEED EBOM promove melhorias nos edifícios já existentes, reduzindo o desperdício de recursos.
Incentiva a Descarbonização: Com foco em eficiência energética, consumo de água e gestão de resíduos, o sistema contribui para a redução das emissões de carbono.
Melhora a Qualidade de Vida: As práticas promovidas pelo LEED EBOM também incluem a melhoria da qualidade do ar interno e o uso de produtos de limpeza ecológica, beneficiando a saúde dos ocupantes.
Alinha-se às Demandas do ESG: O mercado está cada vez mais voltado para metas ambientais, sociais e de governança (ESG). A certificação LEED ajuda organizações a cumprir compromissos climáticos e sociais.
O Que Muda no LEED v5?
O LEED Existing Building v5 traz mudanças significativas para tornar o processo mais inclusivo e eficaz. Algumas das principais transformações incluem:
Inclusão de Mais Edifícios
Ao reduzir as barreiras de entrada, como a exigência de altos desempenhos iniciais, o LEED v5 pretende engajar mais proprietários e gestores de edifícios, incluindo aqueles que estão apenas começando sua jornada rumo à sustentabilidade.
Foco na Melhoria Contínua
Em vez de exigir padrões mínimos rígidos, o sistema agora recompensa melhorias graduais no desempenho. Isso incentiva um processo de evolução sustentável que pode ser mantido ao longo do tempo.
Integração com Programas ESG
O LEED v5 também introduz o conceito de “roteiros de descarbonização no nível do ativo”, permitindo que as organizações alinhem seus portfólios de edifícios às metas ambientais estabelecidas em seus programas ESG. Isso inclui o uso de fontes de financiamento, como o Inflation Reduction Act, para investir em eficiência energética e descarbonização.
Casos de Sucesso e Modelos Inspiradores
Um modelo que inspirou mudanças no LEED v5 é o BIT Building, gerido pelo Southface Energy Institute. O BIT foi criado para melhorar o desempenho de todos os edifícios existentes, independentemente de seu ponto de partida. Sua abordagem baseada em melhores práticas inclui:
Energia e Água: Redução do consumo e monitoramento de uso.
Qualidade do Ar Interno: Manutenção de ambientes mais saudáveis para os ocupantes.
Limpeza Sustentável: Uso de produtos menos agressivos ao meio ambiente.
O USGBC reconhece o impacto positivo do modelo BIT e está incorporando lições em suas novas estratégias para o LEED v5.
Benefícios do LEED Existing Building
Adotar o LEED Existing Building traz benefícios tangíveis e intangíveis, como:
Redução de Custos Operacionais: Práticas sustentáveis economizam energia, água e outros recursos, reduzindo despesas.
Maior Valoração do Imóvel: Edifícios certificados são mais atraentes para investidores e locatários.
Conformidade Regulamentar: Ajuda a atender a regulamentos ambientais cada vez mais rigorosos.
Satisfação dos Ocupantes: Melhoria na qualidade de vida e no conforto dos usuários.
Impacto Positivo no Meio Ambiente: Redução das emissões de carbono e desperdício de recursos.
Como Começar com o LEED Existing Building
Iniciar o processo de certificação pode parecer desafiador, mas o USGBC fornece ferramentas como o Arc Skoru, que permite monitorar dados de desempenho e identificar áreas de melhoria. Seguir estas etapas pode ajudar:
Avaliação Inicial: Identificar as áreas prioritárias para melhorias.
Estabelecer Metas: Definir objetivos claros para economia de energia, água e outros recursos.
Implementar Melhorias: Adotar medidas que impactem positivamente o desempenho.
Monitorar Resultados: Usar ferramentas como o Arc para rastrear progresso e ajustar estratégias.
Solicitar Certificação: Com as melhorias implementadas, submeter o edifício ao processo de certificação.
Conclusão
O LEED Existing Building continua a evoluir, ampliando seu impacto no mercado imobiliário e na sustentabilidade global. Com o lançamento do LEED v5, a certificação está mais acessível e adaptada às necessidades de um setor em transformação. Esse movimento visa não apenas melhorar o desempenho ambiental dos edifícios, mas também contribuir para soluções de longo prazo contra as mudanças climáticas.
Adotar o LEED Existing Building não é apenas uma estratégia inteligente para proprietários e gestores de edifícios, mas também um compromisso essencial para criar um futuro mais eficiente, justo e sustentável. Com práticas que reduzem custos, melhoram o desempenho e contribuem para metas ambientais, o LEED EBOM torna-se cada vez mais um aliado indispensável para quem busca liderança em sustentabilidade.
A sustentabilidade tem se tornado um tema essencial na construção civil e na gestão de edifícios. Um dos principais padrões de certificação nesse contexto é o Certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), que está em constante evolução para atender às demandas por eficiência e responsabilidade ambiental.
Entre as vertentes dessa certificação, destaca-se o LEED para Operações e Manutenção (LEED O+M), projetado para edifícios existentes que buscam otimizar suas operações e reduzir impactos ambientais.
Neste artigo, exploraremos como o Certificado LEED O+M funciona, seus benefícios e como ele contribui para transformar edifícios antigos em referências de sustentabilidade. Se você está buscando informações detalhadas sobre Certificação LEED para aplicação em seu prédio ou espaço comercial, continue lendo para descobrir tudo o que precisa saber.
O que é o LEED para Operações e Manutenção (O+M)?
O LEED O+M é uma vertente da certificação LEED voltada exclusivamente para edifícios existentes. Diferente de sistemas que avaliam projetos em fase de construção ou planejamento, o LEED O+M foca em prédios que estão plenamente ocupados e operacionais há pelo menos um ano. O objetivo é melhorar a eficiência operacional, reduzir o consumo de recursos e minimizar os impactos ambientais.
Essa certificação também é ideal para edifícios que estejam passando por pequenas reformas ou melhorias, ou mesmo aqueles que não estão em obras, mas desejam implementar práticas sustentáveis em suas rotinas operacionais.
Benefícios do Certificado LEED para Edifícios Existentes
Redução do Impacto Ambiental: Estudos mostram que demolir um edifício existente para construir um novo pode levar até 80 anos para compensar os impactos ambientais, mesmo que o novo prédio seja altamente eficiente. O LEED O+M oferece uma solução para revitalizar edifícios antigos, transformando-os em exemplos de eficiência e sustentabilidade.
Eficiência Energética e Redução de Custos: Com foco em desempenho, o LEED O+M ajuda a otimizar o consumo de energia, água e outros recursos, resultando em redução significativa nos custos operacionais. Isso é alcançado por meio de estratégias como monitoramento contínuo de desempenho e implementação de tecnologias mais eficientes.
Valorização do Imóve0l: Imóveis certificados pelo LEED tendem a ser mais atrativos para investidores, locatários e compradores, devido às credenciais de sustentabilidade e à redução de custos ao longo do tempo.
Contribuição para a Saúde e o Bem-Estar: O LEED O+M também prioriza a qualidade do ar interno, a iluminação natural e outros aspectos que promovem um ambiente saudável para os ocupantes.
Principais Características do LEED v4.1
O LEED v4.1 é a mais recente versão do sistema de certificação, que ainda está em fase BEta, introduzindo melhorias que tornam o processo mais acessível e eficaz. Confira algumas de suas inovações:
Documentação Baseada em Dados: A certificação agora prioriza o rastreamento de dados em vez de apenas documentos, monitorando desempenho em áreas como energia, água, resíduos, transporte e qualidade do ar interno.
Recertificação Simples: Projetos certificados podem se recertificar de forma mais rápida, garantindo que continuem alinhados às metas de sustentabilidade.
Pontuação Baseada no Desempenho: O desempenho em áreas-chave define os pontos obtidos e o nível de certificação alcançado.
Ampla Abrangência: Pela primeira vez, a certificação LEED se aplica especificamente a prédios e espaços interiores existentes.
Como Obter o Certificado LEED para Edifícios Existentes
Obter o Certificado LEED pode parecer um desafio inicial, mas o processo é bem estruturado e deve ser feito com uma equipe de assessoria experiente. Veja os passos principais que o Estúdio Letti faz para auxiliar seu projeto:
Escolha do Sistema de Avaliação: Identifica a categoria que melhor se adapta ao seu projeto, seja para edifícios inteiros ou apenas para interiores. O LEED O+M oferece soluções para ambos os casos.
Verificação dos Requisitos: Certifica de que seu projeto atende aos Requisitos Mínimos do Programa (MPRs) e identifica quais créditos você pode cumprir para acumular pontos. Esses pontos determinarão o nível de certificação alcançado: Certificado, Prata, Ouro ou Platina.
Montar a Equipe: Ajuda a definir os papéis e responsabilidades dentro da equipe do projeto. Nosso escritório conta com profissionais experientes em sustentabilidade e, principalmente, LEED O+M.
Registro e Certificação: Registra o projeto na plataforma LEED Online e guia nas etapas descritas no Guia de Certificação.
Casos de Sucesso: Por que o LEED O+M Vale a Pena?
Diversas empresas e organizações ao redor do mundo têm adotado o LEED O+M para revitalizar seus edifícios e reduzir impactos ambientais. Algumas delas relatam:
Redução de até 30% no consumo de energia.
Melhoria na satisfação dos ocupantes, devido às condições ambientais internas mais saudáveis.
Economia significativa em custos operacionais com a redução do uso de recursos.
Conclusão: Invista no Futuro do Seu Edifício
O Certificado LEED O+M é uma oportunidade valiosa para transformar edifícios existentes em modelos de eficiência e sustentabilidade. Além de reduzir impactos ambientais, a certificação agrega valor ao imóvel, melhora as condições de trabalho e cria uma imagem positiva para empresas e instituições.
Se você deseja saber mais sobre como obter o Certificado LEED, entre em contato com a gente e comece hoje mesmo a planejar um futuro mais verde e eficiente para seu prédio.
Quer transformar seu edifício em um exemplo de sustentabilidade? Fale com nossa equipe e descubra como o LEED pode fazer a diferença!
O nosso blog existe para compartilhar ideias, informações e acontecimentos sobre diversos temas ligados à sustentabilidade, meio ambiente e eficiência energética. Esses temas são fundamentais para nós, pois estão dentro do contexto em que atuamos.
Hoje, queremos compartilhar um pouco de quem somos e as nossas soluções, que de alguma forma contemplam todos os assuntos que compartilhamos por aqui.
O que é o Estúdio Letti
O Estúdio Letti é uma empresa de consultoria para projetos e construção de edifícios, especializada em certificações de sustentabilidade, eficiência energética, comissionamento de sistemas e assessoria de projetos complementares para incorporadoras e construtoras, médias e grandes empresas nacionais e multinacionais e para escritórios de arquitetura e engenharia.
Os nossos clientes, e os arquitetos, engenheiros civis, gerentes de ESG e diretores diretores de sustentabilidade geralmente nos procuram quando:
necessitam conhecer e identificar qual a melhor certificação para a sua edificação;
querem adequar suas edificações às normas de sustentabilidade para atender as diretrizes da matriz ou de inquilinos atuais ou futuros;
querem se adequar e obter certificados de sustentabilidade para edificações para se manterem atualizados no mercado e alinhados com seus valores e políticas de ESG;
precisam de profissionais extremamente qualificados e com experiência em diversos projetos para execução de demandas pontuais;
necessitam melhorar o desempenho energético do seu edifício;
necessitam minimizar os riscos e aditivos de obras para projetos mais complexos;
precisam de um parceiro que acompanhe o projeto da etapa conceitual, executiva, instalação até a operação do edifício, de maneira extremamente consultiva.
Normalmente nossos clientes nos contratam quando vão construir um edifício mais sustentável ou com melhor desempenho energético, mas também trabalhamos com consultoria para empresas de arquitetura e engenharia que não possuem profissionais especializados no seu escritório.
Nossos clientes se sentem satisfeitos com nossos serviços e nos recomendam para seus pares pois temos um modelo próprio de atuação:
Garantimos velocidade no atendimento aos clientes, em todas as etapas do projeto e construção, seja de forma online ou presencial.
Entregamos reportes periódicos sobre os avanços das diferentes etapas dos projetos e relatório final com recomendações objetivas.
Somos formados por uma equipe multidisciplinar, com certificados internacionais, que agrega ao cliente com experiência adquirida em mais de 40 projetos certificados ao longo de mais de 10 anos no mercado.
Proporcionamos um atendimento personalizado ao cliente e toda a sua equipe de projeto e obras, com contato direto com todos os envolvidos para diminuir erros e riscos de aditivos durante a construção.
Realizamos consultoria pontual para empresas de projeto de arquitetura e engenharia, garantindo entregas de alta qualidade e disseminando conhecimento entre a sua equipe fixa.
É um compromisso que assumimos com nossos clientes. Como se nossa existência dependesse do seu sucesso no projeto.
Assessoria de sustentabilidade
Prestamos assessoria de sustentabilidade às equipes de projetos de edifícios que estão buscando as certificações mais importantes no mundo (LEED e EDGE) e no Brasil (GBC Casa, GBC Condomínio). Trabalhamos integrando todas as disciplinas do projeto desde sua concepção, construção e operação.
Quais são os benefícios de certificar edifícios sustentáveis (Green Buildings):
Validação por terceiros dos feitos de sustentabilidade
Maximizar as eficiências de operacionais (redução de custo de operação)
Fornecer benchmarking e verificação eficientes
Melhorar a qualidade ambiental interna
Relações públicas positivas e maior comercialização
LEED
A principal plataforma utilizada para green buildings ou edifícios verdes, com mais de 170 mil m² certificados diariamente.
Fizemos um texto bem legal sobre alguns benefícios do certificado LEED. Para ler, basta clicar aqui.
GBC Casa e Condomínio
Projetar, construir e operar condomínios residenciais com alto desempenho e práticas sustentáveis, utilizandos os padrões construtivos brasileiros.
EDGE
Sistema de certificação de edifícios eco-eficientes visando tornar os edifícios mais eficientes em termos de recursos
Simulação Computacional
Através da simulação computacional buscamos descrever o comportamento do edifício com modelos matemáticos, prevendo situações e estimando consumo, carga térmica, iluminação e ventilação artificial e natural. Desta forma, podemos propor soluções de melhoria.
Estudo de eficiência energética
Através deste estudo, buscamos otimizar os sistemas passivos e ativos da edificação para que eles possam desenvolver as mesmas funções, com um investimento inicial e custos de operação consideravelmente menores.
Simulação termo-energética
Através destas simulações buscamos prever o conforto térmico e os consumos energéticos de um edifício através da análise sinergética entre as distintas disciplinas. Estas simulações são um requisito obrigatório para a certificação LEED.
Explicamos mais profundamente esse conceito em outro post aqui no blog. Clique aqui para acessá-lo.
Simulação de iluminação (natural e artificial)
Através destas simulações, podemos auxiliar à equipe de projeto na escolha de vidros, elementos de sombra, porcentagem de abertura da fachada e conforto lumínico dos usuários, reduzindo o ofuscamento e melhorando a autonomia lumínica.
Comissionamento de Sistemas
Com este serviço, buscamos auxiliar o cliente no processo de planejamento, documentação e acompanhamento dos projetos de sistemas (AVAC, hidráulica, elétrica, iluminação e automação), execução e operação do edifício, para que seu edifício seja funcional e opere com as melhores práticas de sustentabilidade e menor custo.
Falamos mais sobre esse tema em um artigo exclusivo aqui no blog. Para acessá-lo, clique aqui.
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Esse artigo sobre infraestruturas verdes é uma tradução livre do artigo “Green infrastructure: A strategic investment for climate resilience”, para acessar o original, clique aqui.
No dia 8 de agosto de 2023, a cidade costeira de Lahaina, no Havaí, foi tragicamente varrida do mapa por um incêndio florestal que ceifou a vida a cerca de 100 pessoas.
Numa sequência espantosa de acontecimentos, que se desenrolaram em apenas algumas horas, o incêndio incinerou mais de 2000 edifícios e 1000 empresas, destruindo as vidas dos 13.000 residentes permanentes de Lahaina. O incêndio causou danos estimados em 5,5 bilhões de dólares e é o incêndio mais mortífero dos EUA desde 1881.
À medida que o nosso planeta aquece e os impactos das alterações climáticas se intensificam, estes incêndios florestais estão se tornando mais comuns. Entre 1984 e 2015, os Estados Unidos registaram uma duplicação do número de grandes incêndios florestais no Oeste, devido ao calor e à seca induzidos pelas alterações climáticas, segundo dados da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).
No entanto, há um fator vital que é frequentemente subestimado: o papel das infraestruturas verdes na atenuação dos impactos e na criação de resiliência face aos riscos climáticos.
Embora as alterações climáticas tenham exacerbado o incêndio de Lahaina, a maior parte dos danos ocorreu devido às gramíneas não nativas, altamente inflamáveis, que crescem nas plantações de cana-de-açúcar abandonadas em redor da cidade. Estas gramíneas cobrem 25% do Havaí e aumentaram drasticamente a frequência, a propagação e a gravidade dos incêndios florestais no estado.
Os cientistas e políticos locais estavam conscientes desta questão, tendo o Governador do Havaí, Josh Green, alertado, apenas sete meses antes do incêndio de Lahaina, a necessidade urgente de um financiamento adequado para a gestão das terras.
Uma das principais questões que se coloca quando procuramos aprender com esta tragédia é: como podemos dar prioridade às infraestruturas verdes para salvar vidas, estruturas e economias de futuras devastações?
Neste artigo, aprofundamos a importância da infraestrutura verde para a resiliência climática no ambiente construído. Nos concentramos nos benefícios da infraestrutura verde para a resiliência climática, nos co-benefícios importantes, nas barreiras para conseguir financiamento e mais conhecimento e nas orientações para o setor imobiliário comercial.
O poder das infraestruturas verdes para a resiliência climática no ambiente construído
À medida que enfrentamos os desafios impostos pelas mudanças climáticas e nos preparamos para eventos climáticos mais extremos, devemos reconhecer a infraestrutura verde como um aliado indispensável.
Num artigo acadêmico de Choi et al. (2021), a infraestrutura verde é definida como “uma rede híbrida de características naturais, seminaturais e artificiais dentro, em redor e para além das áreas urbanas a todas as escalas, que é planejada e gerida para proporcionar múltiplos serviços e benefícios ecossistêmicos”.
A Comissão Europeia utiliza uma definição semelhante: “Uma rede estrategicamente planejada de áreas naturais e seminaturais com outras características ambientais, concebida e gerida para proporcionar uma vasta gama de serviços ecossistêmicos, aumentando simultaneamente a biodiversidade”. Ambas as definições vão ao cerne do conceito, tornando claro que uma combinação bem pensada de sistemas naturais e artificiais proporciona benefícios reais ao ambiente construído.
No setor imobiliário comercial, a infraestrutura verde é uma ferramenta familiar para gestão das águas pluviais e atenuação da ameaça crescente de inundações. À medida que as alterações climáticas conduzem a inundações mais frequentes e graves, a importância das árvores, da vegetação e das soluções de engenharia ambiental, como os jardins de chuva, continua a aumentar.
Nos últimos anos, o conceito de “cidades esponjas” ganhou força como movimento e prática global. A abordagem centra-se no aproveitamento das qualidades de esponja das infraestruturas verdes para combater as inundações urbanas relacionadas com o clima.
Em Nova Orleans, as estratégias verdes de gestão das águas pluviais têm sido um componente essencial para melhorar a resiliência climática. Como parte da recuperação da cidade das inundações desastrosas que se seguiram ao furacão Katrina em 2005, os residentes e as organizações comunitárias abriram caminho para a criação de infraestruturas verdes que aliviam a pressão sobre as tubulações, bombas e outras infraestruturas de esgoto envelhecidas da cidade durante as tempestades.
Um grupo de organizações comunitárias informou no início de 2023 que os seus projetos de infraestruturas verdes concluídos desde 2013 proporcionam agora quase 6 milhões de dólares americanos em benefícios de regulagem das inundações para as comunidades anualmente, aumentando quase 760.000 litros (760 m³) de capacidade de retenção de águas pluviais.
A infraestrutura verde também pode ser utilizada para descrever os benefícios e serviços que os ecossistemas naturais proporcionam à escala comunitária ou regional (por exemplo, florestas e zonas húmidas). Alguns dos ecossistemas mais poderosos para a adaptação às alterações climáticas incluem florestas, rios e planícies aluviais, lagos e zonas húmidas, dunas de areia e espaços verdes urbanos. Muitos destes ecossistemas possuem também um bom aproveitamento no sequestro de carbono (ou seja, na atenuação das alterações climáticas), sendo a tundra, os prados de algas marinhas, os manguezais e os pântanos salgados os que contêm as maiores reservas de carbono.
Consideremos os manguezais e os ecossistemas costeiros de árvores e arbustos, que não só absorvem carbono, como também atuam como um amortecedor natural entre as tempestades tropicais e as comunidades costeiras. Com uma estrutura aérea de raízes e copas, os manguezais ajudam a evitar danos causados pelas cheias e pelo vento, reduzindo a intensidade das ondas, absorvendo o excesso de água e diminuindo a velocidade do vento.
Na Flórida, estima-se que os manguezais tenham proporcionado 1,5 bilhões de dólares em proteção contra as cheias provocadas pelo furacão Irma em 2017, reduzindo os danos materiais em cerca de 25% e protegendo mais de 600.000 pessoas.
Para fazer face ao risco crescente de incêndios florestais no Havaí, será fundamental adotar uma abordagem à escala regional das infraestruturas verdes.
As orientações do Condado de Maui salientam a remoção de gramíneas invasoras e o restabelecimento de ecossistemas nativos, que apresentam naturalmente uma maior resistência ao fogo. Os investigadores estão também explorando a eficácia dos corta fogos verdes (ou faixas verdes) que se concentrariam em espécies nativas, inflamáveis e ricas em água, ajudando a evitar que os incêndios atinjam as zonas urbanas.
Em regiões propensas à seca, as infraestruturas verdes constituem uma defesa vital contra o calor extremo, a principal causa de mortes relacionadas com catástrofes naturais nos EUA.
No verão passado, Phoenix registou um recorde de 31 dias consecutivos com temperaturas iguais ou superiores a 43°C, prevendo-se que as ondas de calor se agravem.
A Presidente da Câmara, Kate Gallego, salienta o papel crucial das árvores no arrefecimento das ruas e na melhoria da facilidade de circulação. Phoenix tem planos ambiciosos para plantar 20.000 árvores em 25 bairros até 2030, com o objetivo de obter uma cobertura arbórea equitativa em toda a cidade.
Co-benefícios das infraestruturas verdes
Ao contrário da infraestrutura cinza, a natureza viva, crescente e regenerativa da infraestrutura verde abre caminho para uma ampla gama de vantagens além da resiliência climática. Numa revisão de 2021, os investigadores efetuaram uma análise exaustiva dos vários benefícios climáticos da infraestrutura verde e das suas ligações a diferentes co-benefícios.
A partir desta análise, podemos ver que os co-benefícios da infraestrutura verde abrangem os três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e económico. Os co-benefícios ambientais, como a melhoria da resiliência dos ecossistemas, são complementados por benefícios sociais e econômicos relacionados com a qualidade do ar, a saúde e o bem-estar, a estética, a recreação e os custos de gestão dos edifícios.
O “armazenamento e sequestro de carbono” e a “redução do consumo de energia” destacam-se como co-benefícios notáveis das infraestrutura verdes, especialmente no que diz respeito às árvores e florestas. Isto representa uma oportunidade única para as empresas imobiliárias que se esforçam por cumprir os objetivos de emissões de gases de efeito estufa, uma vez que os investimentos em infraestruturas verdes podem criar sinergias entre os objetivos de atenuação do clima, adaptação ao clima e redução de custos. Além disso, alinham-se com objetivos relacionados com a conservação da biodiversidade, o bem-estar dos funcionários e o aumento do valor dos imóveis.
Obstáculos ao financiamento e ao conhecimento
À parte destas sinergias, o financiamento é limitado à escala mundial para apoiar projetos de infraestrutura verdes para a adaptação às alterações climáticas. No contexto do financiamento climático, a terminologia predominante é “soluções baseadas na natureza”, que é um conceito semelhante ao de infraestrutura verde.
Em 2018 (as estatísticas mais recentes que conseguimos localizar), cerca de 3,8 a 8,7 bilhões de dólares foram investidos em “soluções baseadas na natureza para adaptação”, o que representou apenas 0,6 a 1,4 por cento do total dos fluxos de financiamento climático nesse ano.
O financiamento privado é especialmente limitado, representando apenas 14% do investimento em soluções baseadas na natureza, em comparação com 86 por cento do financiamento público.
Uma das principais razões para este déficit de financiamento resulta da falta de conhecimentos na avaliação dos custos e benefícios das infraestrutura verdes em comparação com as alternativas de infraestrutura cinzentas. Muitas ferramentas e metodologias de avaliação centram-se nos custos iniciais de construção ao escolher entre abordagens cinzentas e verdes, ignorando assim o ciclo de vida a longo prazo de cada investimento. A infraestrutura verde tem sido bem estudada em termos do seu desempenho biogeofísico, mas a pesquisa está mais atrasada no que diz respeito à contabilização dos benefícios sociais e econômicos, especialmente para projetos de menor escala.
No entanto, novos quadros para integrar de forma mais abrangente as vantagens econômicas da infraestrutura verde nos processos de tomada de decisão estão surgindo.
Por exemplo, resultados recentes de 2021, que utilizaram a Ferramenta de Avaliação de Ativos Sustentáveis (ferramenta SAVi) desenvolvida pelo Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, revelam que a infraestrutura verde pode ser até 50% menos dispendiosa do que a infraestrutura cinzenta, ao mesmo tempo que proporciona quase 30% mais valor a longo prazo.
Olhando para o futuro, é importante não deixar que a complexidade da valorização da natureza impeça a adoção de mais infraestruturas verdes. As lições retiradas de catástrofes como o incêndio de Lahaina sublinham o verdadeiro valor das infraestruturas verdes. Muitas vezes, essas lições só se tornam evidentes após a ocorrência de uma catástrofe, quando os danos já foram feitos.
Em retrospectiva, o argumento econômico a favor das infraestruturas ecológicas no Havaí é extremamente evidente. O climatologista da Universidade do Havaí, Camillo Mora, refere que a gestão das gramíneas invasoras, que desempenharam um papel na devastação de Lahaina, poderá ultrapassar bilhões de dólares em custos.
Este valor é quase 20 vezes superior aos 49 milhões de dólares de financiamento estatal e federal atribuídos este ano à conservação dos recursos naturais e à proteção contra incêndios no Havaí. No entanto, esta despesa é insignificante quando comparada com os 5,5 bilhões de dólares necessários apenas para a reconstrução de Lahaina, uma das muitas comunidades havaianas em risco de incêndios florestais.
Conclusões para o setor imobiliário comercial
Desde a instalação de telhados verdes até à recuperação dos ecossistemas locais, as infraestruturas verdes oferecem aos proprietários de imóveis uma gama de soluções versáteis e rentáveis para atenuar proativamente os riscos financeiros relacionados com o clima (por exemplo, danos físicos nos ativos, interrupção das operações comerciais e aumento dos prêmios de seguro).
Para proteger as propriedades e os ocupantes do agravamento dos impactos climáticos, os proprietários devem começar com uma avaliação de resiliência para avaliar a vulnerabilidade aos riscos climáticos e identificar as estratégias de infraestruturas verdes mais eficazes para a adaptação às alterações climáticas. Estas estratégias podem consistir na plantação de árvores de sombra para combater o calor extremo ou na instalação de jardins de chuva para atenuar as inundações.
Além disso, é crucial criar um argumento comercial convincente para os projetos de infraestruturas verdes. Estes projetos devem ser avaliados em termos dos seus custos de instalação a curto prazo, bem como dos co-benefícios ambientais, sociais e econômicos adicionais a longo prazo.
Para o setor imobiliário comercial, um benefício significativo da infraestrutura verde é a melhoria da saúde e do bem-estar, uma vez que a proximidade com a natureza pode aumentar a criatividade, o relaxamento e a produtividade dos ocupantes do edifício. Além disso, o impacto positivo da natureza na saúde humana e na estética pode traduzir-se em valores de propriedade e renda mais elevados. Por exemplo, o complexo de apartamentos 888 Hope da CIM em Los Angeles exala ecologia urbana com os seus parques privados – uma caraterística que se tornou um ponto de venda fundamental para a comunidade.
888 no Grand Hope Park – Los Angeles
Para ajudar no planeamento de soluções de infraestrutura verde no seu portfólio, recomendamos que entre em contato conosco através deste link para ajudarmos a aplicar os conceitos e boas práticas descritas pelas normas de sustentabilidade.
Alguns recursos que vale a pena rever incluem o U.S. EPA’s Green Infrastructure Cost Benefit Resources, o relatório de 2017 do Urban Land Institute “Harvesting the Value of Water: Stormwater, Green Infrastructure, and Real Estate”, e o relatório de 2013 do Natural Resource Defense Council “The Green Edge: How Commercial Property Investment in Green Infrastructure Creates Value”.
Quando falamos de certificação LEED normalmente exaltamos o aspecto econômico e ambiental que os edifícios adquirem. Mas outro benefício que as mudanças propostas pela certificação oferecem é a qualidade de vida dos ocupantes. E isso traz consequências incríveis, que vamos ver neste artigo.
Mais produtividade
Além de se sentirem mais seguros e protegidos, os funcionários que trabalham em um edifício com certificação LEED são considerados mais felizes, mais saudáveis e mais produtivos.
Isso não é impressão, é o resultado de um estudo realizado pela US Green Building Council. Seguindo os princípios fundamentais People, Planet and Profit (Social, Meio Ambiente e Economia), os edifícios com certificação LEED são concebidos e construídos para promover a saúde e o bem-estar geral das pessoas, deixando o mínimo de impacto negativo no ambiente.
Qualidade do ar
O mesmo estudo concluiu também que a qualidade do ar interior do seu ambiente de trabalho contribui para a satisfação dos seus empregados no trabalho e para a sua disposição geral durante o horário de expediente.
Mais de 80% dos entrevistados afirmaram que o ar interno limpo contribui para a sua satisfação geral no local de trabalho. Esse mesmo percentual afirmou que esse benefício melhorou a sua saúde física e o seu conforto.
A qualidade do ar interior, comprovadamente melhora a função cognitiva e a concentração dos seus ocupantes. Os dados mostram que há um incremento significativo em áreas dos domínios funcionais: os níveis de atividade básica, aplicada e concentrada; foco nas tarefas; a resposta a crises; o uso correto de informações, a abordagem ampla e estratégica.
Além disso tudo, há um ganho significativo na qualidade do sono e uma redução de doenças respiratórias, como gripe e covid.
Iluminação natural e vista de qualidade
Os empregados também notaram que vista para o exterior e iluminação natural também podem aumentar a sua felicidade no escritório. Um outro estudo confirmou que a luz natural nos locais de trabalho melhora a produtividade e a saúde geral dos funcionários.
Segundo a Northwestern Medicine e a Universidade de Illinois, os trabalhadores de escritório com maior exposição à luz no local de trabalho têm uma maior duração e melhor qualidade do sono e mais disposição para atividade física.
Os funcionários que possuem janelas no local de trabalho dormiram em média 46 minutos a mais por noite do que os funcionários que não tinham essa exposição à luz natural no ambiente de trabalho. Também houve uma tendência dos trabalhadores em escritórios com janelas terem mais atividade física do que aqueles sem janelas.
Se conectar visualmente com ambientes externos também é importante. Os ocupantes de edifícios que possuem vistas ao exterior enquanto realizam tarefas cotidianas, experimentam maior satisfação, atenção e produtividade.
As vistas externas que incorporam elementos naturais são mais atrativas e oferecem um melhor descanso visual. Trabalhadores sentados em frente a computadores, que frequentemente desenvolvem cansaço nos olhos ao olhar para suas telas por longos períodos, encontram alívio em vistas distantes e atraentes.
Em instalações de saúde, proporcionar aos pacientes vistas e acesso à natureza pode reduzir o tempo de permanência no hospital e diminuir o estresse, a depressão e o uso de medicamentos para dor.
Conclusão
A qualidade de vida dos funcionários deve sempre ser levada em conta no ambiente de trabalho. Além do aspecto humano, também reflete em produtividade e satisfação com a empresa, o que sempre gera bons resultados.
Caso queira falar mais sobre certificação LEED e seus benefícios, entre em contato conosco. Basta clicar aqui.
Falamos frequentemente aqui no blog sobre a certificação LEED e como ela é eficiente do ponto de vista energético e econômico. Mas você sabia que um dos itens da certificação pode colaborar para evitar tragédias como enchentes?
Estamos falando do manejo de água da chuva.
O manejo de água de chuva é um conjunto de práticas e tecnologias utilizadas para coletar, armazenar, tratar e utilizar a água da chuva de forma sustentável. Essa abordagem é importante para conservar recursos hídricos, reduzir a sobrecarga dos sistemas de esgoto e pluvial e, em algumas situações, contribuir para a mitigação de inundações.
O desenvolvimento convencional de um terreno perturba os sistemas hidrológicos naturais e as bacias hidrográficas ao colocar superfícies impermeáveis, compactar o solo, e pela perda de vegetação e dos padrões naturais de drenagem.
O efeito cumulativo dessas mudanças é a perturbação do equilíbrio natural da água e a perda de recursos hídricos. Normalmente, a técnica de manejo de águas pluviais em um local convencional consiste em lidar com o escoamento como um subproduto a ser descartado por meio de tubulações e conduzi-lo o mais rápido possível para a rede pluvial das cidades.
No entanto, essa estratégia, embora destinada a evitar inundações no terreno, pode prejudicar as bacias hidrográficas: ela aumenta o volume, a temperatura, o fluxo e a duração do escoamento, erosiona os cursos d’água, aumenta a quantidade e os tipos de poluentes lançados nas águas superficiais e, nas situações mais extremas, contribui para as enchentes que estamos vivenciando nas últimas semanas.
Neste artigo, vamos entender como funciona a estratégia de manejo de água de chuva e como isso poderia ser aplicado em situações atuais.
Como funciona o manejo de água de chuva
Esta estratégia de manejo de água de chuva aborda o gerenciamento tanto da quantidade quanto da qualidade do escoamento de águas pluviais.
Isso é feito através do uso de Infraestrutura Verde (Green Infrastructure – GI) e estratégias de Desenvolvimento de Baixo Impacto (Low-Impact Development – LID), que melhoram a abordagem convencional ao imitar a hidrologia natural de um local e gerenciar a água o mais próximo possível da fonte. A água da chuva é tratada como um recurso, em vez de um produto desperdiçado.
As abordagens e técnicas desta estratégia envolvem a minimização de áreas perturbadas no local do projeto, a limitação da quantidade de cobertura impermeável e, em seguida, a infiltração, filtragem, armazenamento e reutilização.
As abordagens também se concentram em restaurar ou projetar paisagens para funcionar hidrologicamente de forma mais semelhante à paisagem natural e não perturbada de um local específico.
O manejo de água de chuvas possui várias etapas. São elas:
Analisar as condições do terreno prévio ao desenvolvimento
Antes de calcular o volume de escoamento superficial do projeto, deve ser analisada a condição atual do terreno e como ele está se comportando em relação ao gerenciamento da precipitação.
– Uma redução no volume de escoamento pode ser alcançada protegendo os recursos naturais existentes que contribuem para a redução do escoamento.
– A análise do terreno pode revelar áreas existentes que, com nenhuma ou poucas alterações, poderiam contribuir para o gerenciamento do escoamento da água da chuva.
– Exemplos de áreas a serem preservadas incluem solos não compactados, áreas de proteção de margens de rios, cobertura arbórea, etc.
– Essas áreas devem ser protegidas contra perturbações durante o período de construção.
Projetar o edifício e as estratégias de manejo de água de chuva
Primeiramente, sugerimos que seja feito um projeto conceitual, incluindo estratégias de gerenciamento de água da chuva, utilizando a análise do desempenho do terreno para tomar as decisões.
Para isso, é importante se fazer as seguintes perguntas:
– Quais medidas de infraestrutura verde (GI) e desenvolvimento de baixo impacto (LID) irão imitar melhor a hidrologia natural do terreno?
– Como múltiplas medidas podem ser usadas juntas para gerenciar a água da chuva?
– Quais são as taxas de infiltração e as capacidades das medidas mais práticas e como as condições do solo do local podem afetar sua eficiência
– Quais são os tipos e taxas de infiltração das condições de solo existentes e que modificações de projeto podem ser necessárias, se houver, nas melhores práticas de gerenciamento para atender aos objetivos de desempenho?
– Quão eficazes são as medidas em remover contaminantes do escoamento de água da chuva?
– Como as medidas serão mantidas?
Infiltração
– Cuidado com solos saudáveis e não compactados: manter as faixas de proteção de margens de rios e cobertura arbórea. Essas áreas devem ser protegidas contra perturbações durante o período de construção para serem eficazes.
– O solo com boa infiltração deve ser projetado para que a água infiltre a mais de 25 mm por hora.
Coleta de Água de Chuva
– Coleta em Telhados: Uma das maneiras mais comuns de coletar água de chuva é através de calhas e tubos que direcionam a água da chuva que cai no telhado para um sistema de armazenamento.
– Superfícies Impermeáveis: Além dos telhados, a água de chuva pode ser coletada em superfícies impermeáveis, como pátios, estradas e estacionamentos, usando canaletas e drenos.
Armazenamento
– A água tratada é armazenada em tanques, cisternas ou reservatórios subterrâneos para uso futuro.
– O tamanho do sistema de armazenamento depende da demanda e da quantidade de chuva que pode ser coletada.
Filtração e Tratamento
– A água coletada frequentemente passa por um processo de filtragem para remover detritos e impurezas.
– Em alguns casos, sistemas de tratamento mais avançados são usados para remover poluentes, como óleos, sedimentos e produtos químicos.
Distribuição e Uso
– A água armazenada pode ser utilizada para várias finalidades, incluindo irrigação de jardins, descarga de vasos sanitários, lavagem de carros e, em alguns casos, até mesmo para uso doméstico após tratamento adicional.
– Sistemas de distribuição e bombeamento são usados para transportar a água até onde ela é necessária.
Gestão Integrada
O manejo de água de chuva é frequentemente parte de uma abordagem integrada de gestão de água que também inclui a conservação de água potável e o tratamento adequado das águas residuais.
Quais são os benefícios do manejo da água da chuva
Aqui estão muitos benefícios. Provavelmente o mais conhecido é a redução da demanda por água potável, economizando recursos naturais e oferecendo fonte alternativa para irrigação e uso em vasos sanitários.
Mas além disso, o manejo da água de chuva contribui para a redução da erosão do solo e ajuda a recarregar os aquíferos subterrâneos.
Por fim, um dos grandes benefícios desse sistema é reduzir a quantidade de água que entra nos sistemas pluviais das cidades, minimizando o risco de enchentes urbanas. E é sobre isso que queremos falar a seguir.
Como o manejo de água de chuva pode ajudar a evitar enchentes
Uma coisa que precisa ficar clara, é que o manejo funciona para várias situações. A enchente é uma delas e nesse caso é feita através de várias práticas e estratégias que visam controlar o escoamento de água da chuva.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais o manejo de água de chuva pode contribuir para a prevenção de enchentes:
Infraestrutura de Detenção e Retenção de Água
A construção de bacias de detenção, reservatórios de retenção, tanques de armazenamento subterrâneo e áreas alagáveis pode capturar e reter temporariamente a água da chuva. Isso reduz a quantidade de água que flui rapidamente para os sistemas de drenagem e cursos d’água, diminuindo o risco de enchentes.
Infiltração de Água no Solo
A água de chuva pode ser direcionada para áreas onde possa infiltrar no solo, recarregando os aquíferos subterrâneos. Isso ajuda a reduzir o escoamento superficial e evita a acumulação de água nas superfícies impermeáveis.
Telhados Verdes e Pavimentos Permeáveis
A instalação de telhados verdes (coberturas vegetais) e pavimentos permeáveis permite que a água da chuva seja absorvida e retida, em vez de escorrer diretamente para os sistemas de drenagem.
Calhas e Direcionamento Controlado
Sistemas de calhas, canais e direcionamento controlado da água da chuva podem redirecionar o fluxo para áreas específicas ou sistemas de armazenamento, evitando sobrecarregar os sistemas de esgoto pluvial.
Gestão de Áreas Verde
A manutenção de áreas verdes, como parques e jardins, ajuda a absorver a água da chuva e reduzir o escoamento superficial.
Educação e Conscientização
Promover a conscientização pública sobre o manejo adequado da água de chuva e a importância de evitar o descarte inadequado de resíduos sólidos, que podem obstruir os sistemas de drenagem, é fundamental para a prevenção de enchentes.
Com mais conscientização, mais pessoas irão solicitar aos seus arquitetos e construtores estratégias de baixo impacto e baixo custo para evitar que a água de chuva seja descartada no sistema pluvial de sua cidade.
Planejamento Urbano Sustentável
A integração do manejo de água de chuva no planejamento urbano, incluindo regulamentações e códigos de construção que incentivam práticas sustentáveis, pode ser uma abordagem eficaz para evitar enchentes.
Caso prático: Rio Guaíba
Um exemplo atual da falta de planejamento urbano para o manejo da água de chuva em edificações, foram as inundações que ocorreram em Porto Alegre em setembro de 2023. Caso houvesse um planejamento e diretrizes no plano diretor da cidade, o impacto da impermeabilização da cidade e, consequentemente, o direcionamento quase que imediato das águas de chuva para o Guaíba poderia ter sido minimizado, evitando deixar tantas famílias desabrigadas.
Hoje, há mais de um mês da tragédia ainda está o risco eminente de cheia, pois o rio já está no seu limite máximo e a chuva que cai na cidade de Porto Alegre é imediatamente escoada para o rio, pois não há infiltração no solo, não há manejo de água de chuva na fonte, ou seja, no terreno que foi modificado em função das construções.
Por esta razão, este texto nos parece relevante, pois leva mais conhecimento a todas as pessoas que estão com seus projetos em desenvolvimento ou em etapa de construção, e com mais conscientização vamos poder continuar criando desenvolvimento, mas com menos impacto negativo quando há eventos naturais.
Para saber mais sobre soluções ambientais e sustentáveis, fale conosco!
Em 2018, a FIESP publicou um estudo que indicava algumas macrotendências para o ano de 2030. 5 anos depois, podemos fazer uma avaliação sobre os pontos levantados, principalmente porque muitas delas não são tão positivas e podem ser trabalhadas.
Nesse artigo, vamos focar nas macrotendências que estão diretamente ligadas ao propósito do Estúdio Letti e ao que podemos atender.
São elas:
– Aumento da demanda por energia
– Mudança no padrão de produção
– Infraestrutura moderna e competitiva
Aumento da demanda por energia
Segundo o estudo da FIESP, a demanda por energia vai aumentar. Neste cenários, se destacam novas fontes de energia renovável como Eólica, Fotovoltaica, Hidroelétrica
Biomassa e resíduos.
Nos apontamentos do estudo, há a preocupação com a distribuição da energia e o armazenamento mais inteligente. É previsto que aumentem o investimento em infraestrutura energética e que os consumidores virem produtores, utilizando fontes sustentáveis.
Aqui no Estúdio Letti já estamos neste ponto. Nosso trabalho é justamente criar estruturas sustentáveis, que melhorem o desempenho energético e gerem essa economia tão necessária diante de uma demanda maior.
O prédio que adota a certificação LEED, por exemplo, pode conseguir uma economia de energia significativa, principalmente a longo prazo. Em muitos casos, essa economia passa de 30%.
No estudo também é citado fontes como a energia solar, algo que é muito presente nos nossos projetos, já que a geração de energia colabora, e muito, com a pontuação LEED.
Aliás, o estudo também destaca que o Brasil é um dos países com mais potencial energético do mundo. O que traz um valor ainda maior para o nosso trabalho.
Mudança no padrão de produção
“Crescimento econômico demandará maior consumo energético. Produção com maior eficiência energética será necessária para maior equilíbrio ambiental”
Certamente este é o tópico mais diretamente ligado ao nosso serviço. Aqui fica evidente que no futuro a eficiência energética e práticas sustentáveis se tornarão uma necessidade que passará a ser exigência, tanto por governos como por parceiros comerciais.
Empresas, pessoas e lugares que não se adaptarem a essa realidade, poderão enfrentar consequências pesadas. É previsto, inclusive, que uma das tendências seja a restrição comercial para quem não estiver seguindo normas que acolham o desenvolvimento e produção sustentável.
Edifícios sustentáveis possuem uma diminuição no padrão de consumo, pois existe uma estratégia educativa para os usuários e, também, na maneira como o edifício é construído e em todo o processo de destinação dos resíduos, contribuindo ainda mais para a mudança de mentalidade dos envolvidos na etapa de obra.
Infraestrutura moderna e competitiva
Esse tópico sobre infraestrutura é bem abrangente e fala sobre diversos pontos como transporte, comunicação, água e esgoto e insumos minerais.
Um projeto sustentável se caracteriza por estar próximo de infraestrutura urbana que colabore para a redução no uso de veículos, e acaba incentivando as administrações municipais a criar redes de ciclovia, transporte público de qualidade e com frequencia alta. Do ponto de vista de quem está incorporando, os edifícios sustentáveis precisam ter vagas prioritárias para veículos eficientes, carregadores para veículos elétricos, vagas para bicicletas para funcionários e visitantes e vestiários e duchas para quem chega desta forma no edifício.
Além disso, uma grande parte destes projetos é feita com materiais que causam menos impacto no meio-ambiente e no ambiente construído.
Ou seja, além da modernização, há também uma troca interessante para que a estrutura seja mais verde.
Conclusão
Após 5 anos, estamos vendo muitas dessas tendências caminhando para a confirmação.
Nós aqui do Estúdio Letti fazemos parte dessa transformação, oferecendo um serviço que otimiza energia, é sustentável e ajuda o meio ambiente.
Para saber mais sobre nossos serviços, entre em contato conosco. Basta clicar aqui.
Uma pergunta comum entre os proprietários que consideram a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) para seus edifícios é: qual o ROI sobre esse investimento?
A resposta não é simples, mas começa com a medição de custos.
Os proprietários devem ter certeza de que seu consultor LEED é capaz de realizar o diagnóstico de seus edifícios e estimar o custo de obtenção de vários níveis do LEED. Isso inclui a implementação de melhorias e o custo do próprio processo de certificação.
Já estimar o ganho financeiro é um pouco mais complexo. A certificação LEED não possui um “ROI” tradicional como uma métrica financeira típica.
Em vez disso, o retorno do investimento (ROI) na certificação LEED é frequentemente visto como o valor agregado que um projeto ou edifício pode obter em termos de sustentabilidade ambiental, eficiência energética, saúde e bem-estar dos ocupantes e reputação da empresa
Sejamos claros: o ROI não pode ser apenas social e ambiental. Ele também precisa ser financeiro. E é sobre isso que falaremos no artigo de hoje.
O custo do LEED
Os estudos mais citados sobre o custo extra do LEED foram realizados pela empresa internacional de construção, Davis Langdon, que comparou projeto de interiores e reformas em edifícios que possuem e que não possuem a certificação LEED. No geral, os projetos com certificação LEED tiveram um custo extra de construção de 1,84%.
O Design-Build Institute of Americaconstatou que o processo integrado de projeto é mais bem-sucedido, em geral, do que o método tradicional, projeto-licitação-construção, para obter os melhores níveis de certificação LEED.
Na experiência da Jones Lang LaSalle, como gerentes de projeto e construção, também observaram que um processo colaborativo que resulta em um edifício mais verde também entrega um edifício com melhor desempenho geral, a um custo menor e em menos tempo do que o desenvolvimento tradicional.
No caso de novos edifícios, uma abordagem colaborativa para o desenvolvimento ecológico pode atingir a conformidade com o LEED e, ao mesmo tempo, custar menos do que um edifício semelhante sem LEED que utilize um método menos eficiente. Os retrofits oferecem menos oportunidades de usar o design passivo e a construção colaborativa, mas essas abordagens ainda podem reduzir o custo incremental do LEED.
Benefícios financeiros do LEED
Não existe uma maneira única de estimar o valor que a certificação LEED trará para um edifício. Por isso, precisamos fazer algumas considerações.
A primeira delas é se o edifício é ocupado pelo proprietário, como uma sede corporativa, ou se é alugado para vários inquilinos.
Para um ocupante corporativo de grande porte, o retorno a curto e longo prazo proveniente apenas da redução dos custos operacionais geralmente excede qualquer sobretaxa de construção para atender aos padrões LEED.
Segundo um estudo do GreenBiz Group’s, publicado em2011, Green Building Market and Impact Report, a economia média de energia para edifícios LEED construídos em 2009 pode ser superior a 32%.A análise do mesmo grupo de edifícios também constatou que o uso de água foi reduzido em 30%.
Quando falamos do outro caso, de o edifício ser alugado para muitos inquilinos, a conta é um pouco diferente.
As oportunidades de redução de energia são igualmente grandes, mas a economia de custos nem sempre se traduz em um simples retorno para os proprietários investidores.
Isso se deve principalmente ao fato de que os aluguéis de escritórios geralmente repassam os custos operacionais aos locatários em uma base pro rata, de modo que um proprietário que investe em projetos de capital para melhorar a eficiência energética geralmente não consegue recuperar o custo por meio da economia de energia.
Nesse caso, a oportunidade de recuperar o investimento não está no retorno direto e sim em promover a eficiência energética e o selo ambiental como atributos para atrair inquilinos com uma política de ESG forte, podendo cobrar aluguéis mais caros, já que uma grande porcentagem de locatários procura edifícios com certificação LEED ao considerar a realocação ou renovação. Um estudo constatou que os edifícios LEED normalmente atraem aluguéis 15% a 18% mais caros do que os edifícios comparáveis.
Em uma pesquisa realizada em 2010 pela CoreNet Global e pela Jones Lang LaSalle, 23% dos tomadores de decisão do setor imobiliário corporativo afirmaram que a sustentabilidade era um “fator importante” nas decisões de locação, e outros 18% a consideraram um “fator de desempate” entre edifícios de igual preço e qualidade. Apenas 8% disseram que a sustentabilidade não era um fator em suas decisões de localização.
Pesquisas mostram que os edifícios verdes valem mais do que edifícios de mesmo padrão, mas sem selo de sustentabilidade. Um estudo relatou um acréscimo médio de 11% na venda de edifícios de escritórios com certificação LEED, e outro
O resultado é claro: O aumento no valor do edifício excede o custo nominal da certificação LEED.
Voltando ao caso dos edifícios ocupados pelos proprietários, percebemos que outros critérios são considerados como “retorno”. Um deles é medir a produtividade e o envolvimento dos funcionários decorrentes das estratégias de sustentabilidade.
Os espaços de trabalho projetados para atender ao LEED são mais confortáveis em termos de temperatura, qualidade do ar e conforto lumínico. É comprovado que funcionários em espaços com esses benefícios são mais produtivos e tendem a permanecer mais na empresa.
Usando uma fórmula baseada em dados de pesquisa que medem os efeitos antes e depois das melhorias sustentáveis no comportamento dos funcionários, os profissionais do setor imobiliário podem medir o custo do LEED em relação aos benefícios no capital humano.
Os números abaixo corroboram isso:
Doenças relacionadas a edifícios de escritórios causam uma perda de produtividade de US$60 bilhões todos os anos.
O aumento dos níveis de luz natural aumentou a produtividade geral em 13% e melhorou a função mental e a recuperação da memória de 10 a 25%.
Os locais de trabalho com boa qualidade do ar e ventilação apresentaram aumentos de produtividade de 1 a 9% e ganhos de 3 a 11% relacionados ao controle de temperatura.
Uma dessas análises mostrou que o espaço sustentável agregou um valor equivalente a R$ 15,00 por metro quadrado (US$ 32,50 por pé quadrado) por meio de um ganho estimado de 5% na produtividade dos funcionários em um ambiente mais confortável, bem como R$ 7,50 por metro quadrado (US$ 16,50 por pé quadrado) em despesas reduzidas associadas à menor rotatividade de pessoal e absenteísmo devido a um local de trabalho mais saudável e agradável.
O benefício combinado de R$22,50 por metro quadrado (US$49 por pé quadrado) quase compensou o custo de ocupação de R$27,20 por metro quadrado (US$60 por pé quadrado).
Conclusão
Como visto ao longo do texto, ainda é muito difícil ter um cálculo exato do ROI para a Certificação LEED, pois há muitas variáveis e ainda poucas ferramentas para quantificar esses retornos.
Porém, trouxemos diversos estudos que comprovam que executivos de todos os níveis reconhecem cada vez mais que há grandes benefícios organizacionais a serem obtidos com as práticas em conformidade com o LEED. E que o retorno efetivamente acontece.
Como as ferramentas para quantificar esses benefícios continuam melhorando, os profissionais do setor imobiliário e de instalações complementares estão tendo mais facilidade para justificar a despesa mínima da certificação LEED.
Independentemente de a medição ser feita em termos de retorno direto de energia, aumento do fluxo de caixa das propriedades ou melhoria do ambiente para a produtividade dos funcionários, o ROI do LEED é indiscutível.
Quer fazer um diagnóstico LEED do seu edifício? Entre em contato conosco no link ou através do e-mail [email protected]