Transporte Sustentável: O Exemplo de São Paulo

As cidades brasileiras sempre se destacaram na área de transporte urbano sustentável, desenvolvendo soluções inovadoras para os desafios do transporte público, crescimento sustentável e urbanismo. 

Um exemplo notável dessa liderança é o sistema de BRT (Bus Rapid Transit), que começou em Curitiba em 1974 e se espalhou por várias cidades, como Quito, Buenos Aires e Bogotá. Hoje, essa abordagem se tornou mais sofisticada e é promovida por organizações como o ITDP (sigla para o nome em inglês, Instituto para Políticas de Transporte e Desenvolvimento), que dissemina as melhores práticas e ajuda na implementação de sistemas de alta qualidade em todo o mundo.

Além do BRT, o uso de bicicletas como meio de transporte tem crescido, especialmente em cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, onde investimentos em ciclovias e programas de compartilhamento de bicicletas tornaram essa prática mais atraente. A transformação do transporte não se limita apenas ao BRT e às bicicletas, mas também envolve reformas em regulamentações de estacionamento e desenvolvimento orientado pelo transporte.

São Paulo: No caminho do pioneirismo da Mobilidade Sustentável

A cidade enfrenta desafios significativos no transporte, com 7 milhões de pessoas utilizando o transporte público diariamente. Apesar de contar com uma extensa rede que inclui linhas de metrô, trens e 12.000 ônibus, o transporte coletivo gera 61% das emissões de gases de efeito estufa. No entanto, o Secretário Municipal de Governo, Edson Aparecido, afirmou que “não podemos mudar a matriz de transporte, mas podemos mudar a matriz de energia que a alimenta”.

São Paulo tem a ambiciosa meta de reduzir as s emissões de carbono em 50% até 2028, e uma das mudanças chave para obtê-la, é através da mobilidade sustentável

Iniciativas Transformadoras

Com um financiamento de 2 bilhões de dólares, São Paulo planeja introduzir 2.600 ônibus elétricos até o final de 2024, garantindo que 20% da frota de ônibus seja alimentada por energia sustentável. A introdução de novos ônibus elétricos, que são acessíveis e têm capacidade para cerca de 100 passageiros, destaca o compromisso da cidade com um transporte mais limpo e confortável. Esses veículos não apenas melhoram a qualidade do ar, reduzindo poluentes como óxidos de nitrogênio e dióxido de carbono, mas também elevam a qualidade de vida dos cidadãos.

No entanto, desde a introdução do seu Plano de Ação para Sustentabilidade em 2008, quando São Paulo reafirmou seu compromisso com a mobilidade sustentável, somente 7% da meta foi atingida, com 180 ônibus elétricos a bateria. A cidade conta também com  201 trólebus. 

Além dos ônibus elétricos, a cidade implementou cinco novos corredores de ônibus para reduzir o tempo de viagem e está expandindo a rede de ciclovias, reconhecendo a bicicleta como parte fundamental do sistema de transporte. Outras inovações incluem a introdução de bondes elétricos no centro da cidade e terminais de transporte aquático para encurtar viagens de ônibus.

Embora a meta de ônibus elétricos não tenha sido atingida, a cidade já conseguiu evitar 297 toneladas de CO2 e possui a maior frota de ônibus elétricos da América Latina.

Uma Abordagem Holística

A transformação do transporte em São Paulo não se limita a veículos elétricos; ela envolve uma mudança fundamental na percepção do ambiente urbano. O Secretário do Meio Ambiente, Rodrigo Ravena, ressalta que “falar sobre transporte sustentável não é apenas mudar a matriz energética, mas envolve um ecossistema integrado que abrange meio ambiente, equidade, justiça, gênero, raça e educação”.

Essa abordagem holística destaca o compromisso da cidade de promover políticas transversais que redefinem o que significa viver em um ambiente urbano sustentável. A adoção de ônibus elétricos simboliza uma compreensão mais ampla de que as preocupações ambientais se entrelaçam com diversos aspectos da vida urbana.

Conclusão

As iniciativas de São Paulo representam um modelo a ser seguido por outras cidades no Brasil e no mundo. A transformação do transporte público em algo mais sustentável é crucial não apenas para a proteção ambiental, mas também para o bem-estar socioeconômico da população. Ao investir em soluções inovadoras e promover uma mobilidade mais verde, São Paulo está pavimentando o caminho para um futuro mais sustentável e melhorando a qualidade de vida para todos os seus habitantes.

Porém, não basta ter iniciativa e um plano bem desenhado, é importante que os líderes das grandes cidades se comprometam a implementar o que planejaram e, realmente, entregar conforto aos usuários e redução dos tempos de viagens e da emissão de CO2.

Para saber mais sobre como transformar o transporte em sua cidade e se tornar parte dessa mudança, siga nosso blog e compartilhe suas ideias!

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O Poder da Simulação Energética no Desempenho de Edifícios

A eficiência energética é uma preocupação crescente para muitos proprietários de edifícios. Afinal, um edifício ineficiente pode aumentar significativamente os custos das contas de luz e água, ou do condomínio e esgotar o orçamento operacional. Para alcançar um edifício de alto desempenho, é fundamental tomar decisões informadas em cada etapa do processo arquitetônico.

Uma das maneiras mais eficazes de melhorar o desempenho de um edifício é utilizar softwares de simulação energética. Nós incorporamos a simulação energética de alto nível desde o início de cada projeto, utilizando a simulação ao longo de todo o projeto para testar opções e auxiliar a equipe de projeto a tomar as melhores decisões.

Neste artigo, vamos explicar em mais detalhes o que é a simulação energética e como ela é usada em cada fase do projeto, ajudando você a entender seus benefícios.

O que é Simulação Energética?

Simulação Energética - celular

A simulação energética é o processo de testar um modelo de edifício por meio de softwares especializados para estimar o consumo de energia de um edifício. O objetivo é encontrar um edifício que ofereça a menor Intensidade de Uso de Energia (EUI – energy use intensity, para sua sigla em inglês), ou seja, a quantidade de energia utilizada por metro quadrado por ano.

Durante o processo arquitetônico, a simulação energética permite comparar opções tanto para decisões de projeto tanto em grande escala quanto em pequena escala, incluindo:

  • Formato do edifício (relação altura x largura, profundidade das plantas, átrio central, formato em L, etc)
  • Orientação solar (eixo principal norte-sul, ou leste-oeste, posicionamento das janelas, etc)
  • Acesso à luz natural (profundidade das plantas, átrio central, formato em L, etc
  • Sistemas passivos e ativos (vidros, sistema de ar condicionado, etc.)

Essas opções são frequentemente avaliadas em conjunto com os custos iniciais e as métricas de conforto dos ocupantes, ajudando a tomar decisões alinhadas com os objetivos e o orçamento de cada projeto.

Simulação Energética no Processo Arquitetônico

Idealmente, a simulação energética deve ocorrer em todas as etapas do projeto. Ela é mais eficaz quando você testa continuamente diferentes opções e itera a melhor abordagem possível. Nos estágios iniciais, você pode testar opções de formato e orientação, com simulações tipo “simple box”, e posteriormente testar elementos de projeto e sistemas ativos mais detalhados.

Realizamos simulações energéticas “simple box” ou de alto nível no início do projeto, com modelos cada vez mais detalhados à medida que o projeto avança. 

Projeto Conceitual ou Preliminar

A simulação energética começa com o teste de decisões de projeto de baixo nível. Nesta fase, a equipe de arquitetura sugere formatos de edifícios e porcentagem de vidro em cada fachada e nossa equipe de engenheiros especializados testa diversas versões simplificadas, conhecidas como modelos “simple box“, e compara a EUI prevista com as referências do setor e os objetivos do projeto.

Esses testes ajudam a encontrar o tamanho e o formato mais eficientes para o edifício. Além disso, também testaremos opções de orientação solar, que podem ter um grande impacto na eficiência energética e no conforto dos ocupantes.

Anteprojeto

Com os custos em mente, será possível ajudar a equipe de projeto escolher a melhor opção e seguir em frente com o projeto. No Design Esquemático, serão testados elementos mais detalhados do edifício, como a tipo de vidros e de materiais construtivos, uso de brise-soleil nas diferentes orientações, analisando como diferentes opções impactam o desempenho, o acesso a luz natural e o conforto térmico.

Projeto Executivo

No final do anteprojeto, o projeto deve ter uma direção clara. No projeto executivo, serão refinadas as opções exploradas anteriormente e serão escolhidos produtos, equipamentos específicos, sistemas de ar-condicionado e equipamentos. Ao longo dessa fase, a equipe de projeto solidificará essas escolhas nos Memoriais Descritivos e Especificações dos Documentos Contratuais.

Projeto as-built

Nesta fase, a simulação energética ainda pode ser usada para validar os sistemas instalados e servirá para a documentação de normativas de sustentabilidade e programas federais, como o Procel Edifica.

Quais são os Próximos Passos?

Custos elevados de contas de energia ou condomínio podem arruinar o orçamento de um edifício ou inviabilizar a aquisição de novos inquilinos. A construção de um novo edifício ou a renovação de seu espaço existente é uma oportunidade para melhorar o desempenho energético e reduzir as despesas. O software de simulação energética é uma ferramenta eficaz para aumentar a eficiência energética.

No início do processo de projeto, você pode esperar resultados da simulação energética que vão auxiliar sua equipe na definição do formato, tamanho e orientação do edifício. À medida que avança, a simulação ajudará você a definir tipos de vidro, uso de elementos de sombra e tipo de sistema de ar condicionado.

Lembre-se, o desempenho energético é apenas um dos fatores a considerar no projeto de um edifício. Ao simular opções de projeto, leve em conta fatores que impactam o conforto térmico e o bem-estar dos ocupantes, que também poderão ser simulados.

 

Para saber mais sobre Simulação Energética, entre em contato conosco!

Restauração Urbana: O Exemplo do rio Cheonggyecheon em Seul

Seul, a vibrante capital da Coreia do Sul, enfrenta sérios desafios urbanos que ameaçam a qualidade de vida de seus residentes. A rápida urbanização, combinada com o crescimento populacional, gerou uma série de problemas críticos, como escassez de moradias, congestionamentos de trânsito e altos níveis de poluição. Um dos símbolos mais evidentes desses desafios é o rio Cheonggyecheon, que durante décadas sofreu com a degradação causada pela expansão descontrolada e por políticas urbanas voltadas para o desenvolvimento industrial.

Localizado em uma área historicamente significativa, o Cheonggyecheon teve seus primeiros sinais de deterioração ainda no século XV. O rio, que originalmente desempenhava um papel central na vida dos habitantes locais, tornou-se um canal de esgoto a céu aberto à medida que Seul se transformava de uma região rural em uma das maiores metrópoles do Leste Asiático. Ao longo do século XX, o Cheonggyecheon foi submetido a uma série de intervenções que incluíram dragagens e a construção de aterros, mas nenhuma delas foi suficiente para restaurar sua saúde ecológica.

Na década de 1970, o Cheonggyecheon havia se transformado em um curso d’água poluído e praticamente irreconhecível. Com o avanço da urbanização, o leito do rio foi coberto por uma estrada de 6 quilômetros, sobre a qual foi construída uma rodovia elevada de 5,8 quilômetros com seis pistas, destinada a acomodar o crescente tráfego de veículos. Essa rodovia se tornou um dos maiores contribuintes para a poluição do ar e do solo na área, afetando gravemente a saúde dos residentes e trabalhadores da região.

Impactos Ambientais e na Saúde Pública

A degradação do Cheonggyecheon não apenas comprometeu o ecossistema local, mas também teve um impacto devastador na saúde pública. Estudos realizados na época mostraram que os níveis de poluição do ar ao longo da Cheonggye Street eram significativamente mais altos do que os limites aceitáveis. Poluentes como óxido de nitrogênio e benzeno, um composto orgânico volátil conhecido por suas propriedades cancerígenas, estavam presentes em concentrações alarmantes. Além disso, as condições de vida na região eram agravadas pela poluição sonora, que ultrapassava os padrões aceitáveis para zonas urbanas.

Em um estudo de 2003, foi constatado que a prevalência de distúrbios respiratórios entre os moradores e trabalhadores da área ao redor do Cheonggyecheon era mais do que o dobro em comparação com outras regiões de Seul. Essa situação, combinada com a deterioração estrutural da rodovia elevada, destacada em um estudo de engenharia no ano 2000, demonstrou a necessidade urgente de uma intervenção significativa.

Objetivos da Restauração do Rio Cheonggyecheon

Diante desse cenário desafiador, o Governo Metropolitano de Seul decidiu lançar um projeto ambicioso de restauração do Cheonggyecheon, com o objetivo de revitalizar tanto o ecossistema quanto a qualidade de vida urbana. Os objetivos do projeto eram múltiplos e abrangentes, incluindo:

  • Restauração ecológica: Reabilitar o leito e as margens do rio para devolver ao Cheonggyecheon o seu papel como um elemento vital do ecossistema urbano. 
  • Melhoria da qualidade da água: Implementar sistemas avançados de tratamento de esgoto para garantir que a água do rio fosse limpa e segura para o meio ambiente.
  • Desenvolvimento urbano sustentável: Criar espaços públicos de lazer e recreação ao longo do rio, conectando as comunidades urbanas de forma mais harmoniosa e sustentável.
  • Preservação do patrimônio cultural: Restaurar e conservar os bens históricos ao longo do Cheonggyecheon, como a ponte Gwangtonggyo, originalmente construída em 1410.

A Implementação da Restauração do Cheonggyecheon

restauração urbana

Em 2003, o Cheonggyecheon passou por um processo de re-exposição, que o colocou no centro de uma ampla iniciativa de revitalização urbana. 

A primeira etapa do projeto envolveu o redirecionamento do tráfego que sobrecarregava a região, diminuindo a dependência de veículos e promovendo alternativas de transporte mais sustentáveis. Para melhorar a conectividade e o acesso, foram construídas 22 pontes ao longo do rio, sendo cinco delas destinadas exclusivamente a pedestres e as outras 17 para o tráfego de veículos.

Além disso, grandes esforços foram feitos para transformar a área em torno do Cheonggyecheon em um espaço verde, acessível e voltado para a comunidade. Parques públicos e áreas de lazer foram criados ao longo do rio, oferecendo aos moradores e visitantes oportunidades para recreação e interação com a natureza. O projeto também priorizou a sustentabilidade, com a reciclagem de materiais provenientes das demolições sendo reutilizados na construção de novas infraestruturas.

Restauração Urbana - rio

A restauração do Cheonggyecheon incluiu a incorporação de elementos de design ambientalmente conscientes, como a construção de aterros para mitigar os efeitos das inundações. Um total de 13,5 metros de largura foi destinado a passarelas, estradas unidirecionais e zonas de carga e descarga ao longo do rio, promovendo um equilíbrio entre mobilidade urbana e preservação ambiental.

Em 27 meses foram restaurados 5,8 km do leito do rio, um equivalente a 400 hectares. Este projeto de restauração custou USD 281 milhões aos cofres de Seul.

Resultados e Impactos Positivos

O sucesso da restauração do Cheonggyecheon foi notável, tanto do ponto de vista ecológico quanto urbano. A revitalização do rio não só restaurou a vitalidade ecológica do Cheonggyecheon, mas também transformou Seul em um modelo global de desenvolvimento urbano sustentável. A melhoria da qualidade do ar e da água, a redução da poluição sonora e a criação de espaços públicos agradáveis contribuíram para a elevação da qualidade de vida na cidade.

Além disso, a restauração do Cheonggyecheon teve um impacto cultural significativo. A restauração da ponte Gwangtonggyo e a preservação de outros bens históricos reforçaram o valor do rio como um marco cultural e histórico de Seul. A iniciativa, que combinou inovação, sustentabilidade e respeito pelo patrimônio cultural, serve como um exemplo inspirador para outras cidades que buscam soluções para problemas urbanos complexos.

Rio Cheonggyecheon 2

Conclusão

A restauração do rio Cheonggyecheon em Seul exemplifica como uma abordagem integrada e visionária pode transformar um desafio urbano em uma oportunidade de revitalização ecológica e social. 

Também é importante perceber que quanto mais tempo demorarmos para tomar uma atitude, mais caro será o projeto de revitalização. Os quase 300 milhões de dólares investidos, representam um valor astronômico para qualquer cidade ou país, no entanto, se começarmos a nos preocupar e a investir na revitalização de nossos rios urbanos, este valor poderá, e deverá, ser menor.

O sucesso deste projeto demonstra que é possível reverter décadas de degradação ambiental através de intervenções bem planejadas e sustentáveis, resultando em melhorias significativas na qualidade de vida dos habitantes. 

O Cheonggyecheon, uma vez um símbolo de poluição e desordem urbana, agora se destaca como um ícone de regeneração ambiental e um modelo a ser seguido por cidades ao redor do mundo que enfrentam desafios semelhantes. 

O exemplo de Seul nos mostra que, com determinação, inovação, um compromisso com o bem-estar comum, e muito investimento é possível transformar nossos ambientes urbanos em espaços mais saudáveis e harmoniosos. 

 

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Lei 14.904 – Nossa opinião sobre ela

No dia 27 de junho de 2024 o governo brasileiro sancionou a Lei N° 14.904, que estabelece diretrizes para a criação de planos de adaptação à mudança do clima no Brasil, com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade e exposição a riscos dos sistemas ambientais, sociais, econômicos e de infraestrutura.

Esses planos devem integrar a gestão de riscos climáticos nas políticas públicas e estratégias de desenvolvimento em todos os níveis (local, municipal, estadual, regional e nacional).

As diretrizes incluem a identificação de medidas para enfrentar desastres naturais, a gestão de risco climático, a integração entre estratégias de mitigação e adaptação, e a promoção de pesquisa e inovação para a adaptação. Além disso, os planos devem assegurar a implementação de estratégias prioritárias em infraestrutura urbana, nacional e baseada na natureza.

O plano nacional de adaptação, que faz parte do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, deve ser formulado em cooperação com as três esferas da Federação e setores socioeconômicos, assegurando a participação social, especialmente dos mais vulneráveis. 

Os planos estaduais, distritais e municipais podem ser financiados por recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e devem ser disponibilizados e atualizados na internet.

Por que a lei é importante?

Lei 14.904 - enchente

Ela destaca a urgência e a complexidade dos desafios trazidos pelas mudanças climáticas e propõe realizar os seguintes pontos:

Redução da Vulnerabilidade e Risco

A lei visa reduzir a vulnerabilidade de comunidades, ecossistemas e infraestruturas às mudanças climáticas. Ao identificar e priorizar áreas e setores mais vulneráveis, a lei promove a criação de medidas específicas que protejam as populações e o meio ambiente dos impactos adversos do clima, como desastres naturais, seca, inundações e elevação do nível do mar.

Integração com Políticas Públicas

A lei estabelece que os planos de adaptação sejam integrados nas políticas públicas existentes em diferentes setores (saúde, infraestrutura, agricultura, entre outros). Isso assegura uma abordagem abrangente e coordenada, garantindo que todas as áreas da sociedade estejam preparadas para enfrentar as mudanças climáticas de maneira eficaz.

Apoio ao Desenvolvimento Sustentável

A lei promove a adaptação ao clima de forma a assegurar o desenvolvimento econômico sustentável, sem comprometer os recursos naturais. Ao fomentar a pesquisa, inovação e práticas sustentáveis, a lei ajuda a criar uma economia resiliente que se adapta às novas condições climáticas, ao mesmo tempo em que reduz as desigualdades sociais.

Cumprimento de Compromissos Internacionais

A lei alinha o Brasil aos compromissos internacionais assumidos no Acordo de Paris e outros tratados relacionados às mudanças climáticas. Isso fortalece a posição do país na cooperação global para enfrentar os desafios climáticos, contribuindo para a redução global das emissões de gases de efeito estufa e para a adaptação às novas condições climáticas.

Participação Social e Governança

A lei  14.904 garante a participação da sociedade civil, especialmente dos mais vulneráveis, na formulação e implementação dos planos de adaptação. Isso não só aumenta a eficácia das medidas adotadas, como também assegura que as vozes das comunidades mais afetadas sejam ouvidas e levadas em consideração.

Proteção e Resiliência das Infraestruturas

Ao incluir medidas específicas para infraestruturas críticas (como transportes, energia, comunicação e água), a lei garante que esses sistemas essenciais sejam capazes de resistir e se adaptar às mudanças climáticas, evitando colapsos que poderiam ter graves consequências econômicas e sociais.

Conclusão 

Embora a lei 14.904 tenha boas intenções e ajude a estabelecer diretrizes para a elaboração de planos, ela peca ao não definir prazos para que as três esferas do poder (federal, estadual e municipal) criem esses planos, além de não estipular uma data limite para a sua implementação.

Por essa razão, o projeto de lei de 2021, aprovado com urgência logo após as inundações que afetaram o Rio Grande do Sul, pode parecer, à primeira vista, uma tentativa do Congresso Nacional de capitalizar politicamente em meio à dor de muitas famílias.

Contudo, a intenção de permitir que cada município e estado desenvolva planos adaptados às suas necessidades específicas é inegavelmente valiosa, assim como o incentivo à pesquisa e desenvolvimento de soluções eficazes. Apesar da ausência de prazos ser uma limitação, a lei pode servir como um importante ponto de partida.

Agora, é nossa responsabilidade, como empresas e profissionais da área, assumir a iniciativa. Este é o momento de exigir melhorias práticas, e as eleições municipais oferecem uma oportunidade para amplificar essa cobrança. Pressionar candidatos a vereadores e prefeitos para que se comprometam com metas claras de criação e implementação desses planos é essencial para garantir que a lei tenha um impacto real e duradouro, afetando positivamente o presente e o futuro da nossa sociedade.

Nosso papel como empresa é estar atentos a essas questões, compartilhar conteúdos relevantes e oferecer excelência em entregas que se relacionam diretamente com o tema. Para saber mais, entre em contato conosco pelo e-mail [email protected]. Juntos, podemos transformar essa oportunidade em ações concretas e positivas.

Brasil: uma potência de energia renovável

Quando se fala em energia renovável, o Brasil aparece com lugar em destaque. Afinal, nosso país tem um amplo potencial de produção de energia a partir do vento, do sol, das marés e da biomassa.

Só para se ter uma ideia, o Brasil é responsável por quase 7% da produção de energia renovável do planeta – superando sua participação de 3% da população global e 2% do PIB global – e há muito tempo é líder em biocombustíveis e tecnologias hidrelétricas. 

E aqui temos que considerar um fato de que, mesmo com esse protagonismo, ainda estamos longe de todo potencial que temos a desenvolver. Tanto que o país busca expandir sua inovação energética para novas áreas tecnológicas: seu recente Programa Nacional de Hidrogênio e o programa Combustível do Futuro colocam a pesquisa e o desenvolvimento (P&D) entre seus principais pilares.

Para isso, é preciso deixar para trás incertezas que marcam esse setor. Como a falta de clareza sobre os papéis do governo e do setor privado, a imprevisibilidade e a insegurança jurídica – e integrar as diversas fontes de energia disponíveis, incluindo os setores hidrelétrico, de petróleo & gás e de etanol.

Mesmo em um cenário indefinido, o mercado de energia renovável no Brasil se tornou moderno para investimentos nos últimos anos. A geração privada de eletricidade e o fornecimento excedente à rede a partir de fontes de energia renovável tornaram o mercado atraente para os investidores. De fato, a Bloomberg’s New Energy Finance espera que o Brasil atraia US$300 bilhões em investimentos em infraestrutura nos próximos 17 anos.

O mercado de energia renovável no Brasil hoje

Em um cenário desafiador, onde precisamos de medidas urgentes para reduzir o aquecimento global, o Brasil surge como um protagonista da mudança.

O perfil de emissões do Brasil é bastante diferente do resto do mundo. O país emite cerca de 2,2 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente (GtCO2eq) todos os anos, metade das quais provém do desmatamento (50%), um quarto da agricultura (25%), um quinto do transporte e da energia (20%) e o restante da indústria e dos resíduos (5%). 

Cerca de 80% do desmatamento ocorre no bioma amazônico, impulsionado principalmente pelo desmatamento ilegal associado a um ciclo complexo de apropriação de terras públicas. 

Para se tornar uma potência em sustentabilidade, o Brasil precisa reduzir significativamente seu desmatamento, e abordar a legislação sobre a propriedade da terra é um primeiro passo importante.

A questão energética surge como uma grande resposta.

O Brasil já alcançou uma capacidade instalada total de mais de 180 GW em fontes renováveis e continua a expandir seu mercado de energia renovável. Em 2022, as usinas hidrelétricas produziram cerca de 48 GW, enquanto as fontes solar e eólica produziram cerca de 10 GW combinados, a partir de 3.900 usinas de energia solar e 726 parques eólicos. No ano passado, o país também conseguiu conectar outros 6,5 GW de fontes renováveis não hídricas.

Oportunidades de investimento no mercado de energia renovável do Brasil

Espera-se que os investimentos no mercado de energia renovável do Brasil continuem crescendo, com uma expansão esperada da capacidade solar de 10 GW e um crescimento do setor de energia eólica de cerca de 30 GW, de acordo com contratos em fase final. Espera-se que o mercado de energias renováveis registre uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de mais de 3,8% nos próximos 4 anos.

Por exemplo, este ano, um dos maiores participantes do setor de energia renovável conseguiu garantir um empréstimo de US$210 milhões do BNDES. Isso estabelece um precedente para PPAs denominados em dólares. O empréstimo financiará projetos de energia renovável, reduzindo o risco de flutuações da taxa de câmbio.

Desafios da Energia Renovável no Brasil

Diante de tanta expectativa e investimento, alguns desafios já podem ser desenhados para que o Brasil se firme como um protagonista da energia renovável no planeta. Veja abaixo alguns que listamos.

Infraestrutura e Logística

Transmissão de Energia: A transmissão de energia renovável, especialmente a eólica e solar, para os centros urbanos é um grande desafio. Muitas dessas fontes estão localizadas em áreas remotas, exigindo investimentos significativos em infraestrutura de transmissão.

Armazenamento de Energia: A intermitência das fontes de energia renovável, como solar e eólica, exige o desenvolvimento de tecnologias de armazenamento eficientes para garantir a estabilidade do fornecimento.

Investimentos e Financiamentos

Alto Custo Inicial: O desenvolvimento de projetos de energia renovável geralmente requer altos investimentos iniciais. Aqui precisaremos de incentivos financeiros e fiscais para atrair investidores e converter empresas que utilizam energia 

Linhas de Crédito: A necessidade de linhas de crédito acessíveis e condições financeiras favoráveis é essencial para promover o crescimento do setor.

Políticas Públicas e Regulamentação

Incerteza Regulatória: Mudanças frequentes na legislação e regulamentação podem criar um ambiente de incerteza para investidores e desenvolvedores de projetos. Por isso é muito importante um compromisso não só nacional como dos estados e municípios para incentivar energias renováveis.

Incentivos e Subsídios: A implementação de políticas consistentes e de longo prazo, como subsídios e incentivos fiscais, é crucial para estimular o desenvolvimento de energia renovável.

Aspectos Ambientais e Sociais

Impacto Ambiental: Apesar de serem mais sustentáveis, projetos de energia renovável também podem ter impactos ambientais, como o desmatamento para a instalação de parques solares e eólicos.

Aceitação Social: A resistência de comunidades locais e a falta de conscientização sobre os benefícios da energia renovável podem dificultar a implementação de novos projetos.

Tecnologia e Inovação

Desenvolvimento Tecnológico: A necessidade de avanço tecnológico constante para aumentar a eficiência e reduzir os custos das tecnologias de energia renovável é um desafio contínuo.

Capacitação Profissional: A formação de mão de obra qualificada para operar e manter sistemas de energia renovável é fundamental para o sucesso do setor. 

Conclusão

O Brasil se destaca como uma potência de energia renovável com um vasto potencial ainda a ser explorado. Apesar dos desafios significativos, como infraestrutura de transmissão inadequada, custos iniciais elevados e incertezas regulatórias, o país demonstra um compromisso crescente com a expansão desse setor crucial. 

Com iniciativas como o Programa Nacional de Hidrogênio e avanços em tecnologias energéticas, o Brasil está posicionado para atrair investimentos substanciais e se firmar como um líder global na transição para uma economia mais sustentável. 

A cooperação entre governo, setor privado e comunidades será essencial para superar esses desafios e alcançar seu pleno potencial em energia renovável, contribuindo de forma significativa para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover um futuro mais verde e próspero.

Saiba mais como projetos de geração de energia podem contribuir para edifícios mais sustentáveis através do nosso e-mail [email protected] 

O ar-condicionado pode ser mais sustentável?

Ares-condicionados são a chave para uma eficaz redução de emissão de gases do efeito estufa. De forma direta podemos dizer isso sem duvidar, uma vez que já foram feitos diversos estudos sobre a questão e boa parte delas aponta o ar-condicionado como um dos grandes vetores de mudança para um edifício sustentável.

Nestes estudos, estima-se que a substituição dos ares-condicionados com tecnologia antiga reduziria a emissão de gases de efeito estufa em 90 bilhões de toneladas de CO2 até 2050. Tornar as unidades mais eficientes em termos de energia poderia dobrar esse número. 

Só para se ter uma ideia, se metade da população mundial abandonasse a carne, geraria uma economia de 66 bilhões de toneladas de CO2. Já replantar dois terços das florestas tropicais degradadas economizaria 61 bilhões de toneladas. Um aumento de um terço nas viagens globais de bicicleta economizaria apenas 2,3 bilhões de toneladas. Ou ainda, segundo a Agência de Proteção Ambiental (EPA) do governo norte-americano, estima-se que um carro de passageiros típico, emite 4,6 toneladas de CO2 por ano, ou seja, seria como retirar 752 milhões de carros de circulação, ou a metade da frota mundial.

E todos os tópicos exemplificados, são normalmente os mais comentados quando se fala em mudanças climáticas. Ou seja, fica claro que o ar-condicionado é uma das grandes indústrias negligenciadas do mundo.

A invenção do ar-condicionado, junto com a do automóvel, revolucionou a forma como vivemos e trabalhamos. No entanto, ao contrário dos carros, que enfrentam críticas por seu impacto ambiental e social, o ar-condicionado recebeu pouca atenção nesse sentido.

Benefícios do ar-condicionado

É inegável que o ar-condicionado trouxe benefícios imensos à humanidade. Lee Kuan Yew, ex-primeiro-ministro de Cingapura, o chamou de “talvez uma das invenções mais importantes da história”. Ele impulsionou a produtividade em regiões tropicais, contribuiu para a industrialização do sul da China e, na Europa, reduziu drasticamente as mortes relacionadas ao calor. Nas escolas, salas de aula climatizadas estão associadas a um melhor desempenho dos alunos.

Desafios da climatização tradicional

Apesar dos seus benefícios, o ar-condicionado também apresenta desafios. Se continuarmos com os modelos tradicionais, a proliferação desses aparelhos, prevista para os próximos 10 anos, trará consequências graves. As emissões de gases de efeito estufa aumentarão consideravelmente, intensificando o aquecimento global.

Para enfrentar essa missão, entre 2018 e 2021, o Global Cooling Prize ofereceu um prêmio de US$ 1 milhão para quem resolvesse o problema de emissões de gases vindas do ar-condicionado. 

Essa iniciativa foi patrocinada por diversos aliados: o Departamento de Ciência e Tecnologia da Índia (onde a batalha aconteceu), o Rocky Mountain Institute (RMI), uma coalizão de 24 países, e Richard Branson, o lendário fundador e CEO do Virgin Group.

Foi uma competição promissora, que reuniu 139 inscrições técnicas de 31 países. O projeto vencedor veio da Gree. O projeto se destacou por apresentar o resfriamento “Zero Carbon Source” que utiliza, de forma eficiente, fontes de energia renováveis e fontes de resfriamento gratuito, como o ar e a água. Através dessa tecnologia o aparelho pode operar em diferentes modos como a refrigeração por compressão de vapor, o resfriamento evaporativo e a ventilação, dependendo das diferentes condições climáticas.

Dessa forma é possível reduzir a carga elétrica do ar-condicionado e fornecer uma solução de climatização confortável e com maior economia de energia para o ambiente interno. De acordo com o organizador, se esta tecnologia for amplamente promovida e adotada, ela poderia evitar o equivalente a 132 bilhões de tonelada de emissões de CO2 até 2050 e ajudar o mundo a amenizar em até 0,5 °C do aquecimento global até 2100, ao mesmo tempo em que melhora os padrões de vida das pessoas em ambientes de clima quente e úmido.

Esse foi um grande passo para a mudança. 

O Relatório de Emissões de Refrigeração e Síntese de Políticas, publicado pela ONU e pela Agência Internacional de Energia (IEA) em 2020, revelou a magnitude do desafio: reduzir a produção e o uso desses gases em 85% poderia evitar um aumento de 0,4°C na temperatura global até 2100.

Motivados por essa missão crucial, 130 países se uniram na Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, assumindo o compromisso de enfrentar esse inimigo climático.

Soluções para uma climatização sustentável

A jornada pela refrigeração sustentável ainda está em andamento, mas a competição  da Global Cooling representou um marco importante na luta contra as mudanças climáticas. 

Para garantir o conforto sem comprometer o planeta, é necessário repensar a forma como utilizamos o ar-condicionado. 

Três medidas cruciais são:

  1. Design inteligente:
  • Arquitetura bioclimática: Projetar edifícios com recursos como beirais, varandas e ventilação natural, reduzindo a necessidade de ar-condicionado artificial.
  • Telhados brancos: Implementar essa prática simples, porém eficaz, que ajuda a refletir o calor e diminuir a temperatura interna dos ambientes.
  1. Eficiência energética:
  • Aparelhos mais eficientes: Adotar modelos que consomem menos energia, como os que utilizam até um terço da eletricidade dos modelos tradicionais.
  • Normas mais rigorosas: Implementar e elevar padrões mínimos de desempenho energético em todos os países.
  1. Refrigerantes ecológicos:
  • Eliminar hidrofluorocarbonetos (HFC): Substituir esses refrigerantes nocivos ao meio ambiente por alternativas mais sustentáveis.
  • Ratificar a Emenda de Kigali: Apoiar e cobrar a implementação desse acordo internacional que visa eliminar os hidrofluorocarbonetos.

Conclusão

O uso de ar-condicionado no ambiente construído, seja residencial, profissional ou industrial é uma realidade, pois melhora a qualidade de vida das pessoas, ao mesmo tempo que ajuda na produtividade e desenvolvimento da sociedade.

No entanto, projetar um edifício sem pensar na redução da necessidade do ar-condicionado, sem levar em considerações estratégias bioclimáticas ou de orientação, ou utilizar a tecnologia mais barata, ou sem dimensionamento adequado, vai sair caro para o quem for pagar a conta de luz e, para o planeta, para nossos filhos e netos. 

Portanto, é muito importante que os arquitetos se associem com escritórios de engenharia para analisar como seu projeto pode ser otimizado para diminuir a carga térmica e como essa diminuição, que também se traduz em redução de custo, pode ser aplicada para investir em sistemas mais eficientes, desta forma, reduzindo o impacto que o ar-condicionado tem na emissão de CO2 na atmosfera.

Entre em contato conosco para saber como podemos ajudá-los a estudar o melhor custo-benefício de sistemas de ar-condicionado e otimizar custo de investimento inicial, reduzir custo na conta de luz e reduzir as emissões de gases do efeito estufa.

Desafios da Construção Sustentável no Brasil: O Papel Crucial da Certificação LEED

O Brasil se destaca como um país com grande potencial para o desenvolvimento da construção sustentável. Afinal, temos abundantes recursos naturais e, ainda que lenta, uma crescente consciência ambiental, principalmente após alguns trágicos episódios climáticos.

O presente nos aponta um caminho: precisamos ser mais sustentáveis para ter um futuro. 

No entanto, para seguir essa rota e concretizar nosso potencial como nação sustentável, é preciso superar diversos desafios e aproveitar as oportunidades que surgem.

O que é construção sustentável? Uma jornada holística para um futuro verde

A construção sustentável transcende a mera utilização de materiais ecológicos. Ela se configura como uma filosofia abrangente que permeia todo o ciclo de vida de uma edificação, desde a sua concepção até a sua demolição. Seu objetivo principal é minimizar o impacto ambiental da construção, promovendo o equilíbrio entre as necessidades humanas e a preservação do meio ambiente.

Uma abordagem holística

Ao contrário da construção tradicional, que foca apenas na funcionalidade e na estética, a construção sustentável adota uma visão integral que considera diversos aspectos:

  • Eficiência energética: Reduzir o consumo de energia através do design bioclimático, da utilização de materiais isolantes e da implementação de sistemas de energia renovável.
  • Uso racional da água: Minimizar o consumo de água potável por meio da coleta de água da chuva, da utilização de sistemas de reuso de água e da escolha de equipamentos eficientes.
  • Materiais ecológicos: Priorizar materiais reciclados, de origem local e com baixo impacto ambiental, reduzindo a geração de resíduos e promovendo a economia circular.
  • Qualidade do ar interno: Garantir um ambiente interno saudável através da ventilação natural, da utilização de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis (VOCs) e do controle da umidade.
  • Conforto térmico e acústico: Criar ambientes confortáveis para os ocupantes através do design bioclimático, da utilização de materiais isolantes e da escolha de revestimentos adequados.
  • Bem-estar dos ocupantes: Promover o bem-estar físico e psicológico dos ocupantes através da criação de ambientes iluminados, ventilados e com acesso à natureza.
  • Gestão de resíduos: Minimizar a geração de resíduos e garantir o descarte correto dos mesmos, priorizando a reciclagem e o reúso.

Um compromisso com o presente e o futuro

A construção sustentável não se limita apenas à proteção ambiental. Ela também busca garantir o bem-estar das pessoas que ocupam os edifícios, promovendo a saúde, a produtividade e a qualidade de vida. Além disso, contribui para a economia local, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento sustentável.

Ao investir em construção sustentável, as empresas e indivíduos demonstram seu compromisso com o presente e o futuro. Constroem um legado de responsabilidade ambiental, contribuem para a criação de um planeta mais verde e garantem um futuro mais próspero para as próximas gerações.

Desafios da construção sustentável no Brasil

As últimas décadas deixaram claro que a construção sustentável é a melhor forma de progresso a longo prazo. Daqui para frente, edifícios que não forem sustentáveis, tendem a deixar de existir, principalmente quando falamos de complexos maiores. 

Diante deste cenário, temos alguns desafios importantes.

Custo inicial 

Por ainda não ser convencional, o investimento inicial em projetos e materiais sustentáveis ainda pode ser superior ao de construções tradicionais. Essa barreira pode ser amenizada por meio de incentivos fiscais, linhas de crédito específicas e demonstração dos benefícios a longo prazo, como economia de energia e água.

Através das simulações energéticas, nós, do Estúdio Letti, podemos ajudá-los a otimizar o investimento inicial de maneira que o custo de operação seja muito menor a longo prazo.

Falta de mão de obra qualificada

Novamente caímos no problema de ser algo relativamente novo. Com isso, existe uma carência de profissionais especializados em construção sustentável o que dificulta a idealização de projetos e a execução das obras com alto nível de qualidade. Investir na formação de profissionais e na mão de obra é crucial para suprir essa demanda e garantir o sucesso do setor.

Nós do Estúdio Letti somos especialistas nessa área. Temos uma equipe com ampla experiência, conhecimentos em diversas áreas e projetos de sucesso, todos feitos com muito estudo.

Desconhecimento dos benefícios

Esse talvez seja o mais complexo de resolver. Apesar de uma nova consciência sobre a necessidade de construções sustentáveis, muitas empresas e profissionais ainda não estão familiarizados com todos os benefícios , como economia de recursos, aumento da qualidade de vida dos ocupantes e valorização do imóvel. Por isso, muitas vezes a sustentabilidade está mais ligada a uma “obrigação social” do que à economia. 

É essencial que haja uma ampla divulgação dos benefícios e a demonstração de cases de sucesso. 

O custo de uma obra representa 15% do custo total de um edifício, os outros 85% são custos de operação, manutenção e reformas ao longo da vida útil deste edifício.

Oportunidades e o papel da Certificação LEED

A certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um dos principais selos internacionais de reconhecimento para construções sustentáveis. Ao atender aos rigorosos critérios da LEED, um edifício demonstra alto desempenho em diversas categorias, como eficiência energética, uso consciente da água, materiais ecológicos, qualidade do ar interno e gestão de resíduos.

O Estúdio Letti, como empresa especializada em certificação LEED, atua para auxiliar os seus clientes a superarem os desafios da construção sustentável e aproveitarem as oportunidades que o mercado oferece. Através de um trabalho dedicado e expertise técnica, o Estúdio Letti guia os projetos desde a concepção até a obtenção da certificação, garantindo que as edificações sejam realmente sustentáveis e contribuam para um futuro mais verde para o Brasil.

Conclusão

A construção sustentável é um caminho inevitável para o futuro do Brasil. Ao superar os desafios e aproveitar as oportunidades, o país tem o potencial de se tornar um referência global em práticas de construção que conciliam desenvolvimento econômico, responsabilidade social e preservação ambiental.

A certificação LEED, nesse contexto, se torna uma ferramenta essencial para impulsionar o setor e garantir que as edificações sejam realmente sustentáveis, contribuindo para um futuro mais verde e próspero para todos.

Fale conosco para ver como podemos contribuir com seu projeto e seu edifício, para torná-los mais sustentáveis e mais econômicos.

ESG: 7 boas práticas de líderes eficazes.

ESG é um tema que desperta muitas opiniões. Não é exagero dizer que se trata de uma revolução, uma vez que os 3 pilares da ESG indicam mudanças significativas na nossa sociedade.

Toda mudança gera um embate e a polarização em torno do ESG continua a se intensificar à medida que partes com ideologias e interesses variados, e muitas vezes conflitantes, debatem sua relevância e impacto. Os envolvidos estão mudando sua abordagem, muitas vezes minimizando o termo em si.

Diante deste cenário, o conceito de ESG vem amadurecendo e a Forbes elencou 7 ações efetivas que líderes eficazes estão utilizando para lidar com o tema.

1. Ouvir o conteúdo das críticas e reconhecer os problemas com a ESG 

Ao levar as preocupações a sério, os líderes eficazes criam o próximo nível de maturidade da ESG. 

Eles sabem que ignorar e/ou deixar de abordar as críticas reduz a credibilidade e a eficácia dos esforços de ESG. Por exemplo, os críticos encontram falhas nas metodologias de coleta e análise de dados para os fatores ambientais e sociais de ESG que os líderes precisam resolver. E, embora os fundos de ESG mais bem-sucedidos possam superar o desempenho do mercado, outros ficam para trás, o que cria problemas para os investidores em uma economia em baixa que os líderes de fundos precisam resolver.

Além disso, muitos críticos levantam preocupações com relação aos custos e recursos significativos associados aos relatórios de ESG e aos requisitos de conformidade.

2. Diminuir a ideologia; tratar do negócio 

Líderes eficazes evitam cair na armadilha de que qualquer coisa associada a ESG é boa ou qualquer coisa associada a ESG é ruim. 

Essas pessoas se concentram em fatores objetivos relacionados à resiliência e ao desempenho quando discutem o tema. Por exemplo, uma empresa de plásticos que está lidando com emissões de gases de efeito estufa (GEE) e poluição de produtos pode destacar como esses esforços afetam a viabilidade de longo prazo. 

No caso de uma empresa de petróleo e gás, a redução de carbono e as estratégias de transferência de risco ilustram uma mudança para novos mercados de energia renovável e uma redução no capex plurianual.

Para uma organização de serviços financeiros, os investimentos em ESG podem atrair novos clientes. Em todos os setores, os programas de apoio ao bem-estar dos funcionários podem aumentar a produtividade, o engajamento e a retenção. Líderes eficazes conectam ações de ESG a benefícios e resultados comerciais.

3. Seja claro na justificativa para ESG 

Ações eficazes de liderança para ações de ESG geralmente se enquadram em três categorias, muitas vezes sobrepostas, que refletem a filosofia, a estratégia e a abordagem da empresa. 

São elas:

– Abordagem orientada para a conformidade: em que as ações de ESG se concentram principalmente na satisfação de requisitos de conformidade, reguladores e/ou regras de câmbio.

– Abordagem orientada pela responsabilidade social:em que as ações de ESG são baseadas nos valores e no propósito da empresa.

– Abordagem orientada pela estratégia: em que as ações de ESG são integradas à estratégia e às operações da empresa.

Bons líderes determinam as ações apropriadas com base em sua lógica de negócios para ESG e vinculam essas ações ao desempenho dos negócios, à gestão de riscos e à criação de valor.

4. Enfatizar as partes individuais do ESG 

Os líderes eficazes estão cada vez mais abandonando as grandes declarações sobre ESG e, em vez disso, falando sobre o impacto de cada componente no desempenho dos negócios – o E (por meio do clima), o S (por meio da responsabilidade social e do bem-estar dos funcionários) e o G (por meio da governança corporativa). 

Embora o próprio ESG possa ser um termo polarizador, o foco nos riscos climáticos, como inundações e incêndios em fábricas, centros de distribuição e call centers, permite a continuidade dos negócios. 

O foco no bem-estar dos funcionários ajuda a impulsionar o engajamento e o desempenho, e o foco em mercados mal atendidos impulsiona o crescimento e a criação de valor. 

O foco na governança impulsiona a execução eficaz da estratégia.

5. Meça os resultados de ESG e seja transparente 

A pesquisa da WTW constatou que 77% das principais empresas da América do Norte e da Europa incluem métricas de ESG em seus planos de incentivo para executivos, um aumento em relação aos 68% do ano de 2022.

As empresas medem empiricamente o ESG como uma métrica distinta e ponderada na metade das vezes, e a avaliação qualitativa do desempenho  continua sendo uma prática comum. 

O uso de uma combinação de medidas quantitativas e qualitativas nos relatórios corporativos de ESG tem se difundido. Líderes eficazes se esforçam para usar medidas objetivas e divulgar de forma transparente as definições e o progresso sempre que possível.

6. Foco no impacto real 

À medida que o ESG amadurece, boas lideranças são realistas quanto aos efeitos dos esforços de ESG, bem como quanto aos custos e benefícios associados às atividades de ESG de curto e longo prazo. 

Eles estão atentos tanto ao “greenwashing” (quando uma organização gasta mais tempo e dinheiro para se apresentar como ecologicamente correta do que de fato minimizar seu impacto ambiental) quanto ao “greenwishing” (termo do economista ambiental Duncan Austin para esforços bem-intencionados para tornar o mundo mais sustentável que ficam aquém das aspirações).

7. Use uma lente de administração 

Os líderes eficazes entendem que, para que as empresas prosperem, elas precisam de administração – a gestão cuidadosa e responsável de ativos, passivos, intangíveis e patrimônio líquido. 

Cada vez mais, os investidores pressionam os conselhos e as equipes de gestão para que sejam administradores mais eficazes, a longo prazo, das empresas que lhes foram confiadas e para que respondam melhor aos constituintes que atendem. 

Os debates atuais sobre a eficácia e a sabedoria do ESG concentram-se em questões específicas, enquanto a administração é mais ampla e menos ideológica. Para capturar totalmente os fundamentos empresariais necessários para a resiliência, a viabilidade e o crescimento de longo prazo, os líderes eficazes se concentram em uma ampla gama de questões que incluem prioridades de desempenho e proteção, além de propósito, pessoas e planeta.

Os líderes eficazes concentram as ações de ESG na criação de valor, viabilidade, estabilidade, desempenho financeiro e crescimento de curto e longo prazo. A resistência ao ESG é um sinal de que ele está evoluindo, com as partes interessadas tomando medidas para tornar o clima, a responsabilidade social, o bem-estar dos funcionários e os esforços de governança corporativa mais consistentemente tangíveis, significativos e mensuráveis – independentemente do nome que tenham.

Conclusão

Assim como qualquer prática ou política nova, o ESG gera dúvidas, possui pontos que podem e devem ser melhorados, mas, como seu objetivo principal é a redução dos impactos das empresas no clima, a melhoria do bem-estar dos funcionários e comunidade em geral e gestão eficiente de uma empresa, os líderes e pessoas envolvidas com as políticas ESG deverão responder aos questionamentos e procurar soluções para os pontos que ainda não estão claros, assim como implementar um sistema de melhoria contínua desta prática.

Nós, do Estúdio Letti, podemos ajudar a sua empresa de maneira concreta e prática através das certificações de sustentabilidade de seus edifícios, melhoria da eficiência energética e estudos de conforto térmico e lumínico para seus escritórios.

 

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ESG – conheça os conceitos básicos sobre a sigla do momento

ESG é uma sigla cada vez mais comum, principalmente nos ambientes profissionais e de negócios. Neste artigo, vamos trazer alguns esclarecimentos importantes sobre ESG e indicar alguns caminhos para colocar ele em prática.

O que é ESG?

Bom, mas afinal, o que é ESG? 

ESG significa ambiental, social e de governança (environmental, social & governance)) e refere-se a um conjunto de padrões usados para medir o impacto ambiental e social de uma organização. Normalmente, é usado no contexto de investimentos, embora também se aplique a clientes, fornecedores, funcionários e ao público em geral.

O termo “ESG” foi popularizado no século XXI e frequentemente aparece na mesma conversa que sustentabilidade e responsabilidade social corporativa (RSC, ou CSR em inglês). No entanto, enquanto a sustentabilidade e a RSC funcionam mais como filosofias ou metas finais, o ESG é mais tangível; ele abrange os dados e as métricas necessárias para embasar a tomada de decisões tanto para empresas quanto para investidores.

As três dimensões do ESG

Ambiental

Refere-se ao fato de a organização estar operando como administradora do meio ambiente e abrange questões ambientais como mudanças climáticas, emissões de gases de efeito estufa (GEE), desmatamento, biodiversidade, emissões de carbono, gestão de resíduos e poluição. 

Social

Refere-se ao impacto que a organização tem sobre as pessoas, a cultura e as comunidades e analisa o impacto social da diversidade, da inclusão, dos direitos humanos e das cadeias de suprimentos.

Governança

Refere-se à forma como a organização é dirigida e analisa fatores de governança corporativa, como remuneração de executivos, planejamento de sucessão, práticas de gestão do conselho e direitos dos acionistas.

Qual a importância do ESG?

O impacto que uma empresa pode ter sobre o ecossistema ao seu redor ficou muito claro, seja em escala global ou em sua comunidade local.

A preocupação com as mudanças climáticas, direitos humanos e valorização profissional tem se tornado assuntos cada vez mais relevantes no debate social, tornando esses pilares algo essencial a existência de uma empresa na atualidade.

Um dos maiores indicadores dessa mudança, é o fato da bolsa de valores mais popular do mundo, a Dow Jones, incluir ESG como um dos índices de pontuação relevantes para as empresas. E a tendência é isso se tornar ainda mais forte, uma vez que o ESG tem o poder de contornar problemas que se tornam cada vez mais urgentes na nossa sociedade.

Como as métricas de ESG são divulgadas?

As organizações estão cada vez mais incluindo métricas de ESG em seus relatórios anuais para ajudar as partes interessadas a fazer escolhas de investimento mais sustentáveis.

Por meio dos relatórios de ESG, as empresas podem mostrar como se comparam aos benchmarks (referências) e metas do setor, usando dados qualitativos e quantitativos para medir seu progresso em todas as iniciativas de ESG. Os relatórios de ESG também fornecem às partes interessadas os entendimentos necessários para a tomada de decisões informadas, destacando os possíveis riscos e oportunidades de ESG que podem afetar o valor de longo prazo da empresa. 

Há várias maneiras de elaborar um relatório de ESG. Normalmente, eles são criados usando uma estrutura ESG estabelecida que pode oferecer instruções sobre quais tópicos ESG devem ser enfocados. As estruturas de ESG também ajudam as organizações a entender a melhor forma de estruturar e preparar as informações para divulgação, de modo que possam obter uma classificação ou pontuação de ESG mais alta.

Uma pontuação de ESG é usada para acompanhar o desempenho de ESG de uma empresa, proporcionando maior visibilidade de suas operações para investidores, partes interessadas e órgãos reguladores. As organizações que fornecem relatórios de ESG mais robustos geralmente têm uma pontuação mais alta, enquanto aquelas que não monitoram ou não apresentam seu desempenho de ESG geralmente têm uma classificação de ESG mais baixa.

A Task Force on Climate-related Financial Disclosure (TCFD) é uma organização que fornece um conjunto de recomendações de divulgações relacionadas ao clima que as empresas e instituições financeiras podem usar para informar os acionistas. Da mesma forma, o Sustainability Accounting Standards Board (SASB) ajudou a estabelecer e manter padrões específicos do setor para orientar a divulgação das informações de sustentabilidade das organizações.

Os investidores institucionais também podem procurar organizações como Morningstar, Morgan Stanley Capital International (MSCI) e outras para oferecer dados de ESG sobre determinadas empresas. Todos esses provedores desempenham um papel fundamental no fornecimento das principais métricas de ESG que podem ajudar a determinar a capacidade de investimento de uma organização.

O que são as regulamentações de ESG?

Existem várias regulamentações que foram criadas para ajudar as empresas a levar em conta os fatores de ESG. Por exemplo, a Corporate Sustainability Reporting Directive (CSRD) é uma legislação da União Europeia que exige que as empresas relatem o impacto ambiental e sustentável de suas atividades comerciais, bem como suas iniciativas de ESG. 

A Sustainable Finance Disclosure Regulation (SFDR) tem o mesmo objetivo, padronizando a divulgação de métricas de ESG. 

Várias estruturas também foram criadas para auxiliar as empresas em sua divulgação de ESG. Na Europa, o Carbon Disclosure Project (CDP) permite que as empresas forneçam informações ambientais aos seus acionistas e consiste em gerenciamento de riscos e oportunidades, metas ambientais, bem como análise de estratégias e cenários. 

Na mesma linha, a Global Reporting Initiative (GRI) oferece uma estrutura global que padroniza as abordagens de materialidade, relatórios de gestão e divulgação para uma gama completa de questões de ESG.

Embora essas normas e estruturas sejam projetadas para orientar as organizações e os investidores em direção a práticas comerciais mais sustentáveis, elas não são um impedimento infalível contra o greenwashing ou a fraude verde. Tampouco são um amortecedor para uma ruptura global.

LEED e ESG 

O LEED é uma peça fundamental nos relatórios de ESG.

Ao apoiar edifícios certificados, as empresas comprovadamente podem economizar verba, melhorar a eficiência energética, reduzir as emissões de carbono e criar locais mais saudáveis para as pessoas. 

Os edifícios LEED são essenciais para lidar com as mudanças climáticas e cumprir as metas de ESG, aumentando a resiliência e apoiando comunidades mais equitativas. 

Além disso, o LEED ajuda os investidores a atingir suas metas de ESG, uma vez que é um certificado internacionalmente reconhecido pelo mercado. 

Conclusão

A crescente relevância do ESG é importante para a sociedade, melhorando a relação das empresas com sua comunidade, para as próprias empresas, com mais indicadores de gestão de qualidade, e para o meio ambiente, através de ações que minimizem o impacto negativo nos recursos naturais.

À medida que as preocupações ambientais, sociais e de governança se intensificam, o ESG surge como um instrumento crucial para avaliar e promover práticas sustentáveis ​​e responsáveis.

A sua importância é destacada pelo seu papel na tomada de decisões de investimento, na gestão de riscos e oportunidades, e na construção de um futuro mais justo e equitativo.

A inclusão de métricas de ESG nos relatórios anuais das empresas demonstra um compromisso com a transparência e a prestação de contas, fornecendo aos investidores informações essenciais para tomarem decisões de onde colocar seu dinheiro.

No entanto, é importante reconhecer que o ESG não é uma solução infalível, e desafios como greenwashing e fraudes ainda persistem. Portanto, é essencial manter um olhar crítico e buscar constantemente aprimoramentos nesse campo.

Para isso, nós, da Estúdio Letti, podemos colaborar na análise de sustentabilidade das edificações de sua empresa e propor medidas que irão colaborar com as metas ESG e, principalmente, com a redução do consumo de energia e água e melhorar a qualidade de vida dos ocupantes.

 

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Arquitetura Indígena como inspiração de sustentabilidade e progresso

Essa afirmação não é exagero, principalmente quando observamos que as mudanças climáticas começam a trazer efeitos assustadores. 

A primeira pergunta que se faz é: existe espaço para uma mudança tão “radical”? Afinal, a maioria das nossas cidades surgiram e cresceram sem essa preocupação, que agora é tão urgente. 

A boa notícia está aqui: existe um caminho próspero e já conhecido, a arquitetura indígena.

Neste artigo, vamos analisar estruturas criadas por povos indígenas que podem inspirar outras culturas e ser o caminho para um presente mais sustentável e futuro mais feliz.

Cultura Ambiental

Sustentabilidade - Arquitetura indígena

A maioria dos  povos indígenas tem como características o entendimento de que a humanidade e o meio ambiente são parte de um todo. Essa compreensão permite uma apropriação mais sensível dos territórios, com uma visão que busca usufruir dos recursos presentes e a diminuição do impacto da ocupação. A natureza não é vista como um recurso e sim como parte da comunidade.

É interessante perceber como essa visão acompanha muitos povos espalhados pela América, o que varia muito a arquitetura, que se molda de acordo com o tipo de terreno, vegetação, clima ou outro aspecto natural do território.

Por exemplo, as moradias tradicionais indios Guarani – o maior grupo étnico do Brasil – geralmente têm sua estrutura principal feita de troncos de árvores conectados por trepadeiras. A parede é de pau a pique, com vigas de madeira, e revestimento de folha de palmeira, o piso é de terra batida. Essa gama de materiais naturais e regionais indica que não é apenas uma questão de saber que eles existem, mas de dominar a geografia e a biologia para entender onde, quando e como obtê-los. A palha, por exemplo, apresenta um procedimento sociológico detalhado para sua remoção, de modo a não danificar a palha e, posteriormente, a próxima safra.

Claro, neste exemplo devemos pensar no aspecto da durabilidade, uma vez que exigiria uma manutenção periódica pelos elementos utilizados. Porém, muitas dessas culturas são nômades e entende essas moradias como temporárias. Mesmo assim, é possível perceber como essas estruturas se mantêm em pé e, mesmo abandonadas, naturalmente se reincorporam à natureza, evitando grandes impactos. 

Além dos materiais, é incrível observar o conhecimento sobre clima, que se torna uma ferramenta passiva, aumentando o conforto térmico. Um exemplo é a criação de generosos beirais corretamente orientados em relação ao caminho do sol, protegendo da luz e também da chuva direta, com inclinações de telhado que variam de acordo com o clima inclemente. 

Isso é um pequeno recorte de um dos muitos povos que colocam em prática o conceito de sustentabilidade que buscamos trazer para nossas cidades.

Como pode nos inspirar?

“Dá-se muito valor à tecnologia de ponta. Os índios usam o design como tecnologia e conseguem proporcionar excelente conforto em suas casas usando apenas materiais como palha e madeira – baixo custo com altos resultados”, diz José Afonso Portocarrero em uma conversa com uma revista especializada no assunto. Portocarrero é escritor do livro “Tecnologia Indígena em Mato Grosso: Habitação”, publicado pela editora Entrelinhas, no qual faz uma provocação necessária e estimula a reflexão sobre a questão indígena no país. Ele também contribui para a formação de novos arquitetos ao ministrar uma disciplina optativa chamada “Arquitetura Vernácula: Introdução à arquitetura indígena do Brasil”.

Portocarrero é responsável pelo premiado projeto do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), localizado em Cuiabá, Mato Grosso. Referência em sustentabilidade, o edifício ganhou dois prêmios mundiais de construção sustentável, o Breeam Awards

Realizado em Londres, o concurso concedeu ao edifício o prêmio de melhor edifício sustentável na categoria “Nova Construção em Uso nas Américas” e melhor edifício sustentável da premiação, eleito por voto popular digital.

Foi construído em concreto aparente, tem fachadas de vidro e vantagens como: conforto térmico, aproveitamento máximo da luz natural, cobertura em duas camadas, que permite o resfriamento interno do prédio e a coleta da água da chuva – depois de filtrada é armazenada para uso na irrigação do jardim, lavagem de pisos e banheiros. 

Um outro exemplo vem do projeto realizado pelo arquiteto Lula Gouveia, do SuperLimão Studio. Ele teve uma experiência direta com a tribo indígena do Xingú e se inspirou nas construções das aldeias para o projeto da Toca do Urso, da Cervejaria Colorado em Ribeirão Preto (SP)

Nesta construção, o objetivo foi aproveitar o que já existia no entorno, como a copa de duas árvores de grande porte que fazem sombra na área durante boa parte do dia. Seu grande salão circular foi enterrado e a terra retirada do solo foi transferida para formar um declive de 3 metros ao redor do salão central, criando uma grande barreira de inércia térmica, como nas cavernas. O projeto não tem tetos, de modo que sempre é possível ver o jardim e o céu de qualquer ponto do espaço. O equilíbrio entre a luz natural e a artificial é obtido por meio de clarabóias e bandejas de luz.

As paredes de tijolos, por exemplo, foram assentadas com parte da areia inerente ao processo de filtragem da cerveja”, diz Gouveia. Segundo ele, vários itens foram reaproveitados, como os barris que são os “dutos” de ar condicionado do salão, não só pelo apelo estético, mas também pela grande capacidade de carga de sua forma.

Sustentabilidade - Povos indígenas

Sustentabilidade - Toca do Urso

Conclusão

Ao trazer estes exemplos, o objetivo é mostrar que devemos os nossos projetos arquitetônicos considerando os aspectos locais de clima,  disponibilidade de materiais e recursos e questões culturais. A intenção é mostrar que se fizermos análises do nosso entorno, podemos aproveitar o sol, vento, chuva e paisagem para que os ocupantes dos nossos edifícios tenham mais conforto, melhor qualidade de vida de vida e que nosso edifício não seja um gasto energético por 30 anos e nem esteja destoando do seu entorno.